XIX Congresso Nacional da FUP aborda os desafios da reconstrução industrial, educacional e política

Na noite desta quinta-feira, teve início o XIX Congresso Nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros), reunindo importantes lideranças políticas e representantes de movimentos sociais progressistas. O evento discutiu os desafios enfrentados pelo Brasil, destacando a necessidade de reconstrução em diversas áreas, como a industrialização, a educação e a disputa política contínua.

O congresso foi marcado por discursos contundentes de Ademir Caetano, da Direção Nacional do PCdoB, que destacou a vitória do presidente Lula nas eleições após seis anos de “ditadura e fascismo” que resultaram em ataques aos direitos dos trabalhadores. Caetano ressaltou a importância dos movimentos sociais em reverter o que foi retirado durante esse período, tanto no âmbito político, atuando no congresso, quanto nas ruas, mobilizando a sociedade.

 

“Nós ganhamos a eleição, mas ainda não ganhamos a sociedade”, afirmou Ademir Caetano, enfatizando a importância da formação política e ideológica contínua para transformar a teoria da luta de classes em prática concreta. Ele destacou a necessidade de retomar setores estratégicos da economia, como o petroquímico, o refino e o transporte, além da reestatização do sistema eletrobrás, defendendo que energia e água não devem ser tratadas como mercadorias.

 

Camila Lisboa, presidenta do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e dirigente do PSOL, também fez uma intervenção, criticando ideias reacionárias e discriminatórias que têm sido disseminadas. Ela ressaltou a importância de enfrentar a crise econômica por meio de políticas públicas eficientes e defendeu a valorização das empresas públicas, destacando a necessidade de independência e organização das bases para avançar nas lutas e revogar reformas consideradas prejudiciais aos trabalhadores, como a reforma da trabalhista. “Para vencer os desafios da reconstrução, a sociedade precisa enfrentar os quatro elementos que contribuem para a sensação de “fim do mundo” e de desânimo, o que reflete diretamente na saúde mental da classe operária. São eles: a crise do capitalismo, a crise climática, a guerra e a ascensão da extrema direita e do neofascismo no cenário mundial”, afirmou.

 

Mônica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo e dirigente do PT, destacou o desafio de derrotar as ideias bolsonaristas, que ainda não foram completamente superadas. Ela celebrou a vitória contra o modelo econômico privatista e neoliberal e ressaltou a importância de diversificar a economia, deixando de ser meramente um exportador de commodities e buscando a reindustrialização do país. Valente também enfatizou a importância da disputa das ideias para conquistar o apoio da população brasileira e resgatar a soberania do Brasil.

 

Congresso segue na sexta-feira (04), confira:

>  9h – Mesa 2 – Os 70 anos da Petrobrás: passado, presente e futuro que queremos,

> 13h – Mesa 3 – Novas fronteiras e transição energética: desafios para os trabalhadores

> 16h – Mesa 4 – Sindicato na luta contra assédios e opressões no Chão de Fábrica

 

Por Nathan Camelo