XVII CONFUP: deputado avalia que golpe foi imposição do capitalismo e só a mobilização pode revertê-lo

Em exposição na mesa desta tarde durante o XVII Confup (Congresso da Federação Única dos Petroleiros), o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) fez uma análise da conjuntura econômica internacional que, segundo ele, levou ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o parlamentar, o Capitalismo, historicamente, quando se vê em crise precisa promover uma ruptura para se sustentar.

 

“O sistema capitalista por natureza vive de ciclos econômicos desde o período da Revolução Industrial. A cada momento de crise do capitalismo houve algum tipo de ruptura para ser reinventado”, afirmou.

 

O raciocínio do deputado é de que o governo Dilma pegou esse cenário em que o Capitalismo precisava promover essa ruptura para se sustentar, mas, assim como ela no Brasil, encontrava resistência para adotar a sua agenda em muitos países da América Latina, com governos de inclinação de esquerda.

 

Pimenta sustenta que a primeira opção das forças internacionais, antes de 2014, nem mesmo era um golpe no Brasil, mas o retorno ao poder pela via eleitoral, com Aécio Neves, o que explica a grande aliança conservadora em torno do candidato tucano, mas o plano da Direita não deu certo.

 

“Acredito que o golpe não era a primeira opção no Brasil. O modelo clássico é o da Argentina, onde ganharam com [Maurício] Macri. Mas em que pese toda aliança que eles montaram, nós ganhamos a eleição com a Dilma, ganhamos a eleição contra a lógica do que exigia o Capitalismo mundial para o Brasil”, disse.

 

O resultado foi a não aceitação do resultado pelo mercado financeiro, algo vocalizado por Aécio Neves ao não aceitar o resultado da eleição e passar a trabalhar para inviabilizar o governo.

 

Passado um ano do golpe, avalia o deputado, “eles não conseguiram entregar o que prometeram, mesmo com a mídia construindo um cenário onde Lula, Dilma e o PT eram sinônimo do que havia de pior, e o País está em frangalhos”.

 

O futuro, para Pimenta, passa pela capacidade de mobilização da sociedade. “Temos que transformar esse País num caldeirão, numa resistência democrática”, defende.