A greve dos petroleiros entra no seu quinto dia nesta segunda-feira (21) com ainda mais força. A categoria segue mobilizada contra o leilão do campo de Libra, em repúdio ao Projeto de Lei das terceirizações (PL 4330) e por melhorias na proposta do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2015.
O leilão de Libra está previsto para a tarde de hoje e a espanhola RPSOL desistiu da licitação. Agora são apenas 10 empresas no páreo para arrematar as riquezas naturais que deveriam beneficiar o povo brasileiro, e não o mercado privado internacional.
O Governo Federal convocou um efetivo de 1.100 homens do Exército e da Força Nacional para evitar que manifestantes atrapalhem o leilão, que acontece no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Conflitos foram registrados, com ao menos sete pessoas feridas. As forças armadas utilizam bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para evitar que o hotel seja ocupado. Centenas de petroleiros e militantes dos movimentos sociais participam do protesto.
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina, assim como outros sindicatos de petroleiros, moveu ação civil pública junto a 11ª Vara Federal de Curitiba que busca a suspensão do leilão do campo de petróleo de Libra. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta segunda-feira (21) que foram ajuizadas 24 ações pedindo o cancelamento da 1ª rodada de licitações da ANP no pré-sal, mas 18 delas já tiveram decisão desfavorável, seis ainda aguardam julgamento.
Independente do resultado os petroleiros podem se considerar vitoriosos. “Conseguimos romper o silêncio e trouxemos à tona um grande debate sobre o destino das riquezas do país. Não é o começo, nem mesmo o fim de toda essa história, acontecendo o leilão ou não. Os petroleiros têm que se orgulhar de terem feito emergir esse debate na sociedade”, afirmou o presidente do Sindicato, Silvaney Bernardi.
Quadro da greve
Na Repar, em Araucária, o índice de adesão geral é de 75% e já há redução da carga de produção. O Sindicato segue com os piquetes em todos os portões da Refinaria e pela manhã de hoje houve protesto próximo ao principal acesso.
Na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, a adesão dos grupos de turno é de 100% e a produção é feita apenas por supervisores e coordenadores de turno. Em Paranaguá, no Tepar, o índice de adesão média é de 90%.
Em Santa Catarina, a greve já afeta o fornecimento de combustíveis. Alguns postos estão sem gasolina e óleo diesel e as distribuidoras adotaram práticas de racionamento. A adesão também gira em torno de 90% nos Terminais Transpetro de Biguaçu, Guaramirim, Itajaí e São Francisco do Sul.