Mais de cem dias sem resposta da Direção da Petrobrás sobre a Pauta pelo Brasil, conjunto de reivindicações que visam impedir o desmantelamento da empresa e recoloca-la no caminho do desenvolvimento, esgotou a paciência da categoria. Os gestores simplesmente ignoram os trabalhadores, enquanto seguem vendendo ativos e patrimônios da empresa.
Na última tentativa de negociação, em reunião realizada na quarta-feira (28), no Edifício Sede da Petrobrás (Edise-RJ), nenhuma resposta objetiva foi dada em relação aos questionamentos dos diretores da FUP e sindicatos filiados acerca do Plano de Negócios e Gestão (PNG), que prevê quase US$ 150 bilhões em vendas de ativos, cortes de investimentos, insegurança, redução de efetivos, demissões em massa, interrupção de obras e cancelamento de projetos. São tantas notícias ruins que o PNG mais parece um plano para afundar a empresa do que para superar o momento de crise. Fato é que já afetou negativamente a vida de milhares de trabalhadores país afora.
Além de ignorar a Pauta pelo Brasil, os representantes da Petrobrás ainda tentaram impor na mesa de negociação a discussão da proposta da empresa de rebaixamento do Acordo Coletivo.
A FUP reafirmou que o objetivo da reunião era debater a Pauta pelo Brasil, que foi aprovada massivamente pela categoria, onde uma das cláusulas ressalta que os trabalhadores não aceitarão nenhum direito a menos. “A Federação Única dos Petroleiros e seus Sindicatos reforçam que não aceitarão qualquer retrocesso nos direitos adquiridos pelos trabalhadores”, afirma a Cláusula 13 da Pauta pelo Brasil.
Diante do impasse mais uma vez estabelecido pela Petrobrás, a FUP e seus sindicatos retiraram-se da reunião, reiterando que as negociações daqui para frente se darão durante a greve aprovada pelos petroleiros. A postura arrogante da empresa continua sendo a de desdenhar dos trabalhadores, desrespeitando os fóruns de deliberação da categoria. A resposta será dada na greve.
Nesta quinta-feira, 29, a FUP e seus sindicatos terão mais uma reunião com o Ministério Público do Trabalho para buscar o cumprimento da Lei de Greve, de forma a garantir o exercício pleno desse direito. A data da deflagração do movimento deve ser anunciada em breve.