Petroleiros entram em estado de greve e deflagram a “Operação Para, Pedro!”

O resultado das assembleias dos petroleiros do Paraná e Santa Catarina reflete não apenas o descontentamento geral com a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), mas também a força da categoria para lutar contra o desmanche da Petrobrás.

 

Todos os indicativos da FUP e do Sindipetro PR e SC em pauta foram aprovados por ampla maioria dos votos. A contraproposta da gestão de Pedro Parente para o aditivo ao ACT 2015-2017 foi rejeitada por 97,3% dos trabalhadores que participaram das assembleias. Apenas um voto contrário (0,2%) ao indicativo foi registrado e as abstenções somaram 2,5%.

 

O expressivo resultado é consequência do conteúdo da proposta da direção da Petrobrás. Além de congelar a tabela salarial e alterar a jornada de trabalho, reduzindo salários, os dirigentes da empresa tentam subtrair direitos conquistados, tais como remuneração de horas extras prestadas em regimes especiais de trabalho e auxílio-alimentação. Já a pauta dos petroleiros reivindica a reposição integral da inflação mais ganho real de 5% nos salários e benefícios econômicos, bem como a manutenção de todas as cláusulas sociais do atual Acordo Coletivo de Trabalho, que deverão continuar vigentes até setembro de 2017.

 

As assembleias também instauraram o estado de greve na categoria, sendo que 86,9% dos votos foram favoráveis ao indicativo, 5,9% contrários e 7,2% se abstiveram. A assembleia em caráter permanente também foi acatada por maioria esmagadora (91,66%).

 

O Sindipetro PR e SC realizou 17 sessões de assembleia entre os dias 25 e 28 de setembro, com participação total de 444 trabalhadores(as).

 

Operação Para, Pedro!

As assembleias ainda aprovaram a “Operação Para, Pedro!”, que consiste no cumprimento rigoroso de todos os procedimentos e itens de segurança previstos pelas Normas Regulamentadoras e pela ANP, bem como a denúncia dos gestores que descumprirem ou assediar os trabalhadores.  O resultado foi de 90,8% favoráveis à Operação, 1,8% contrários e 7,4% abstenções.

 

Nova rodada de negociação

Nesta quinta-feira, a partir das 14 horas, a FUP volta a se reunir com a Petrobrás e cobrará uma nova proposta para o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017.