Trinta horas sob cárcere privado

Gestão da Repar manteve petroleiros retidos dentro da área industrial; trabalhadores do Tepar também foram obrigados a estender a jornada.

 

 

A greve na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, começou à zero hora de sexta-feira (23), motivada pela rejeição da categoria à proposta da direção da Petrobrás para o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2015/2017.

 

O corte de rendição do turno foi cancelado e os petroleiros que entraram para trabalhar às 15h30 de quinta-feira foram mantidos em seus postos de trabalho mesmo contra a vontade deles. Um abaixo-assinado demonstrando o desejo de não participar do contingenciamento foi entregue à gestão da refinaria ainda na quinta, mas o documento foi ignorado.

 

A liberação do grupo aprisionado só ocorreu após o Sindicato protocolar pedido de urgência junto ao Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR) para realização de mediação. A audiência entre as partes aconteceu às 15h00 de ontem (23). No entanto, os petroleiros só foram liberados pela empresa às 21h50, depois de ficarem em cárcere privado por 30 horas.

 

Durante o período em que ficaram retidos foram registradas várias ocorrências junto ao setor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS). Diversas pessoas apresentaram problemas de saúde por causa da exaustão a qual foram submetidos pela empresa.

 

Agora a operação da Refinaria está sob responsabilidade da contingência da empresa, pessoas que optaram por furar o movimento grevista e colocam sua própria segurança em risco por aceitarem trabalhar em efetivo bastante reduzido, sem ao menos diminuir a produção. Além disso, passarão a noite de natal longe de seus familiares.

 

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina aproveita para desejar uma feliz noite de natal a todos os petroleiros que lutam; aos fura-greves, fica aqui o anseio de um bom trabalho.    

 

Terminal de Paranaguá

A gestão do Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar) também obrigou os petroleiros a permanecerem nas instalações contra a vontade deles. A greve também começou à zero hora de quinta-feira e os trabalhadores que haviam entrado às 15h30 só foram liberados às 09h00 do dia seguinte, quando a contingência da empresa assumiu a operação. Foram quase 18 horas de trabalho contínuo.

 

Usina do Xisto

Na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, estão acontecendo atrasos na entrada dos turno e expediente administrativo desde quinta-feira. Além disso, os petroleiros estão restringindo a emissão de Permissões de Trabalho.

 

Terminais Transpetro em Santa Catarina

Nos terminais da Transpetro de São Francisco do Sul (Tefran), Guaramirim (Temirim) e Biguaçu (Teguaçu) a greve a partir do dia 23/12 foi aprovada e o movimento pode ser deflagrado a qualquer momento. Apenas no terminal de Itajaí (Tejaí) a greve não foi aprovada em assembleia.