Petroleiros da Repar participaram dos bate papos com os dirigentes do Sindipetro PR e SC

Semana de mobilização, dias de luta. Inicialmente, o Sindipetro PR e SC programou uma agenda de bate-papos com a base na Repar, reunindo todos os grupos de turno e regime administrativo, para ouvir os petroleiros sobre as questões da demanda reduzida, hora extra e banco de horas, tabela de turno, mudança no cartão ponto, desmonte do Sistema Petrobrás, recomposição dos efetivos e péssima qualidade da alimentação.

 

De acordo com o dirigente do Sindipetro PR e SC, Thiago Olivetti, “a ideia é ouvir a base sobre questões diretamente ligadas ao dia a dia dos funcionários da refinaria, para construir as mobilizações envolvendo os trabalhadores nas pautas”. As conversas desta semana cumpriram esse calendário que, após divulgação do fechamento da Fafen-PR, sofrerá alterações.  

 

Até o momento, efetivamente, os bate-papos já resultaram na construção de Grupos de Trabalho para uma nova tabela de turno, mobilização contra as dobras de turno e boicote à alimentação fornecida pela Repar.

 

Assembleias

 

Para tratar de um novo calendário, nesta manhã (16), diretores da FUP e dos sindicatos filiados definiram substituir os bate papos por assembleias com a categoria.

 

Essa alteração se deve, principalmente, pela demissão em massa dos cerca de mil trabalhadores da Fafen-PR.

 

Bate-papo: balanço

 

Nas conversas, de acordo com os dirigentes do Sindipetro PR e SC, os trabalhadores se mostraram indignados com a atual postura dos gestores da Repar. A categoria apontou que problemas como falta de bom senso e de respeito para com os petroleiros tornaram-se comuns nos locais de trabalho.

 

Hoje, os gestores da refinaria usam o Programa de Remuneração Variável do Empregado (PRVE), termo que pode muito bem ser substituído por suborno, para fazer com que o trabalhador seja remunerado caso siga a cartilha entreguista da atual gestão da Petrobrás.

 

Na prática, o que acontece é que muitos gestores punem petroleiros injustificadamente para que esses não recebam sua remuneração variável, e, como consequência, se aumenta os dividendos dos próprios gerentes. Digamos que eles “acabam com a concorrência” através de punições, para que se tenha menos “cabeças” para dividir o bolo.

 

Outra denúncia da base é que, após essa cartilha entreguista vigorar, os gestores da refinaria deixaram questões pontuais como a segurança no trabalho em segundo plano. Além disso, 2020 começou com a gestão da Petrobrás cortando efetivos, descumprindo normas, leis e Acordos Coletivos de Trabalho, fechando unidades e demitindo em massa.

 

Diante dessa situação, a direção do Sindipetro PR e SC explica que vai ter muita luta nos próximos dias. As assembleias servirão para demonstrar isso. Não há saída individual e a demissão em massa na Fafen-PR prova que ninguém está garantido no emprego enquanto o desmonte do Sistema Petrobrás for prioridade na agenda econômica do Governo Federal.