Os petroleiros do Paraná e Santa Catarina atenderam à convocação da FUP e foram à luta nesta sexta-feira (24), Dia Nacional de Paralisação.Os trabalhadores do Sistema Petrobrás realizaram uma greve de 24 horas para protestar contra o novo Plano de Gestão e Negócios aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás no mês passado. A categoria entende que o novo plano é uma ameaça clara à sobrevivência da empresa como estatal, na medida em que prevê cortes de US$ 89 bilhões em investimentos e despesas, além da venda de ativos de patrimônio da ordem de US$ 57 bilhões.
O plano prevê que entre 2015 e 2019 a carteira de investimentos terá redução de 37% em relação ao planejamento anterior e priorizará projetos de exploração e produção (E&P) de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Do total (US$ 130,3 bilhões), 83% serão destinados à área de Exploração e Produção. O setor de abastecimento receberá 10% dos recursos previstos e o de gás e energia 5%. As demais áreas terão apenas 2% do orçamento.
A greve nacional de 24 horas é uma advertência da categoria à atual política da gerência que pode desmantelar o Sistema Petrobrás, colocando em risco milhares de empregos, especialmente os dos terceirizados da companhia e suas subsidiárias.
Ainda consta na pauta da paralisação a luta contra o Projeto de Lei do Senado 131/2015. De autoria do senador José Serra (PSDB/SP), a medida tem o objetivo de retirar da Petrobrás o direito de ser operadora única do pré-sal, com o mínimo de 30% de participação do consórcio de exploração dos blocos petrolíferos.
Os petroleiros de todo país aprovaram o estado de greve e a assembleia em caráter permanente, o que significa que a qualquer momento um movimento por tempo indeterminado pode ser deflagrado.
Confira o quadro da greve no Paraná e Santa Catarina
Repar/Fafen – A greve começou a zero hora de sexta-feira com o corte de rendição do turno. Pela manhã, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), da CUT e de outros movimentos sociais e estudantis ajudaram na mobilização. Não houve a rendição dos turnos das 07h30 e 15h30.
SIX – A greve começou a zero hora de sexta-feira, com adesão 100% do turno e 30% do administrativo. Os cortes de rendição também não aconteceram às 07h30 e às 15h30.
Tepar – A paralisação começou a zero hora desta sexta-feira com o corte de rendição do turno. Pela manhã, os trabalhadores do regime administrativo também aderiram ao movimento, que contou com mais de 90% de participação da categoria, inclusive de terceirizados. A maior parte das atividades do Terminal foi paralisada. O protesto contou com o apoio de dirigentes de outros sindicatos de Paranaguá.
Tejaí – O movimento começou às 06h00, com adesão de 90% dos trabalhadores próprios. Participaram cerca de 20 militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que saíram de Chapecó e cruzaram o estado de Santa Catarina para dar apoio à greve dos petroleiros.
Teguaçu – A greve começou às 06h00, com participação de 95% dos trabalhadores do Terminal. O movimento contou com a presença de dirigentes da CUT-SC e da Fentec (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios). O Terminal permaneceu fechado e não houve operação.
Temirim – O movimento começou às 06h00 com paralisação de aproximadamente 80% dos trabalhadores próprios. A chuva atrapalhou um pouco e os empregados tiveram que se dispersar perto das 11h00 por não haver cobertura no local.
Tefran – O movimento começou às 06h30 com participação expressiva de funcionários do horário administrativo. Houve a presença de representantes do movimento estudantil da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.