Após mobilizações do fim de ano, gestores disparam a metralhadora das retaliações

 

 

Várias unidades da Petrobrás deflagraram greves durante os feriados de natal e ano novo como forma de protesto contra a proposta da direção da Petrobrás para o Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2017. Além de apresentar um índice abaixo da inflação para o reajuste salarial,  a empresa quer implementar a redução da jornada com diminuição de salários para o regime administrativo dos trabalhadores com horário flexível e ainda não garante o cumprimento do acordo do ATS para os empregados da Fafen-PR, pactuado em novembro de 2015.

 

Nas bases do Paraná e Santa Catarina foram registrados movimentos na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar), na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, e nos Terminais da Transpetro em Santa Catarina nas cidades de São Francisco do Sul (Tefran), Guaramirim (Temirim), Biguaçu (Teguaçu), além da sede administrativa de Joinville (Ediville).

 

Mal terminaram as mobilizações e os gestores locais já trataram de punir os trabalhadores que aderiram às greves. Em algumas unidades, os chefetes acharam que têm o mesmo Poder da Justiça do Trabalho ao classificarem a greve como injustificada e determinarem o desconto dos dias parados com reflexos nas férias e 13º. O abatimento dos dias com reflexos só pode ocorrer em caso de a greve for julgada ilegal, algo que apenas o Judiciário pode decidir.

 

Em outros casos foi imposta a compensação das horas, o que também é ilegítimo, pois o Sindipetro Paraná e Santa Catarina não tem acordo de banco de horas pactuado com a empresa.

 

No âmbito das retaliações, alguns gerentes e supervisores decidiram proibir as trocas de turnos entre os trabalhadores. O Sindicato também obteve informações de proibições de parcelamento dos dias de férias. São ações de gestão características da síndrome do pequeno poder. Algo peculiar a pessoas vingativas e de caráter duvidoso.

 

Ainda com relação aos movimentos de final de ano, houve casos onde a empresa está negando o pagamento das horas extras aos petroleiros que foram obrigados a permanecer na empresa após os cortes de rendição, mas liberando as verbas para o seu contingenciamento pelego. Nesses casos, o Sindicato vai buscar o direito na Justiça. A orientação é para que os trabalhadores lesados guardem cópias do lançamento das horas e do tratamento do ponto. Uma regra de gestão tem que valer para todos, não apenas para os pelegos amigos do rei.