Os trabalhadores dos terminais Transpetro de Biguaçu (Teguaçu) e Guaramirim (Temirim) se deslocaram até a unidade de São Francisco do Sul (Tefran), na manhã de ontem (10), para participar de um ato unificado dos petroleiros de Santa Catarina. A categoria está em greve contra o desmonte da Petrobrás, previsto no Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2015-2019, o qual prevê redução de investimentos e venda de ativos que juntos somam aproximadamente US$ 140 bilhões. As reivindicações da categoria estão reunidas na Pauta pelo Brasil e visam recolocar a empresa como fomentadora do desenvolvimento econômico e social do país, além de exigir mudanças na política de saúde e segurança e a recomposição de efetivos.
A manifestação reuniu quase 100 trabalhadores, entre grevistas e representantes dos movimentos social e sindical do estado. O petroleiro e dirigente sindical representante de Santa Catarina, André Luis dos Santos, ressaltou que a mobilização dos trabalhadores está fazendo com que a diretoria da Petrobrás recue e reveja suas posições. “Na última reunião a direção da Petrobrás já confirmou que não terão negociações separadas, que as pautas serão únicas e subsidiadas da mesma forma”, salientou o petroleiro que vê este acordo como um avanço nas negociações, visto que a primeira proposta da direção da estatal era fragmentar a pauta dos trabalhadores.
De acordo com estudo do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, os impactos na redução de investimentos da Petrobrás são muito graves ao povo brasileiro. Se os cortes da empresa forem mantidos pela atual direção da Petrobrás, até 2019 serão deixados de criar cerca de 20 milhões de empregos.
Mário Antonio da Silva, vice-presidente da CUT-SC , compareceu no manifesto e salientou a importância da união da classe trabalhadora na greve dos petroleiros. “Vocês estão aqui lutando por um Brasil melhor, lutando pela soberania do nosso país. Nós trabalhadores do serviço público e privado, do campo e da cidade estamos juntos nessa luta, que é uma luta do povo brasileiro”, frisou Mário.
O ato começou às 10h30 e terminou logo após o meio-dia. Na sequência houve almoço de confraternização e exibição do vídeo-documentário sobre os 20 anos da greve histórica de 1995. Na avaliação de André, o protesto foi positivo. “Fortalecemos a unidade entre os petroleiros grevistas de Santa Catarina e também a nossa aliança com outras categorias de trabalhadores e os movimentos sociais”, destacou.