Câmara vai ouvir juíza e ex-funcionários da SIX sobre o caso de pirataria industrial

Requerimento que convoca os envolvidos foi aprovado nesta quarta-feira (24), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

 

 

A juíza da operação Lava Jato, Gabriela Hardt, e os ex-empregados da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) Jorge Hardt Filho (pai da juíza), João Carlos Gobbo e João Carlos Wink serão convocados pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para serem ouvidos sobre o caso de pirataria industrial envolvendo a tecnologia Petrosix, patenteada pela Petrobrás.

 

O requerimento que pede a presença dos citados foi apresentado pelo deputado federal Tadeu Veneri (PT-PR) e aprovado em reunião da Comissão nesta quarta-feira (24). Ainda não foi confirmada a data da sessão que irá ouvi-los.

 

Informações sigilosas sobre a Petrosix, utilizada para extrair óleo combustível e outros produtos do xisto, teriam sido transferidas indevidamente para a empresa canadense Forbes & Manhattan em 2012. Os ex-funcionários, que atuaram como consultores de empresas privadas de energia, inclusive a Iraty Energy, subsidiária da Forbes no Brasil, são suspeitos de terem vazado os dados.

 

Já a juíza deve responder questionamentos sobre a operação Lava Jato, que fez um pente fino nos contratos da Petrobrás com empresas privadas, mas deixou de investigar o caso da SIX, uma vez que envolveria seu pai. Gabriela Hardt foi juíza substituta de Sérgio Moro nos julgamentos da Lava Jato.

 

A SIX acabou sendo vendida em 2022 para a Forbes & Manhattan por US$ 41,6 milhões, aproximadamente R$ 205 milhões na cotação atual. O valor da venda é pouco superior ao lucro registrado pela SIX em 2021 (cerca de R$ 200 milhões) e representa menos da metade do que a Petrobrás desembolsou no acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para sanar as dívidas relativas ao não recolhimento de royalties sobre as atividades de lavra do xisto durante o período entre 2002 e 2012 (R$ 540 milhões).