Em 21 de maio, teve início o 2° Congresso Regional Unificado dos Petroleiros e Petroquímicos do Paraná e Santa Catarina, realizado pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR).
Com o lema “Avançar na unidade e barrar o retrocesso”, os militantes destacaram na abertura do evento a importância de unificar o movimento na luta contra a retirada de direitos.
“Como o nosso acordo é o mesmo, é importante fazer a discussão de forma mais abrangente, envolvendo os petroquímicos e petroleiros, afinal as lutas são as mesmas – e a empresa também. Esse Congresso já é algo para amadurecermos a nossa união para que no futuro tenhamos uma unidade tanto física quanto ideológica”, salientou o diretor do Sindiquímica-PR, Gerson Luiz Castellano.
A mesa de abertura do Congresso contou com diversas entidades, entre elas a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a CUT Seção Paraná (CUT/PR), a Secretaria Operativa Estadual da Constituinte Exclusiva e Soberana (CES), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás.
Na cerimônia, foi destacada a luta contra os projetos impostos pelos governos que atacam a soberania do país e reduzem os direitos dos trabalhadores, entre eles, o Projeto de Lei (PL) 4.330/2004 e as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665. Também foi tratada a conjuntura nacional atual, com ampliação ofensiva da direita.
Objetivo
Em vista desse cenário, os trabalhadores do sistema Petrobrás, representados pela FUP, realizam anualmente a Plenária Nacional da entidade (Plenafup) para deliberar as campanhas e pautas de reivindicações, planos de luta e posicionamentos políticos da categoria.
Como preparação para a Plenafup, são realizados congressos regionais com a participação dos delegados das bases dos sindicatos. Todos com o mesmo objetivo: defender a Petrobrás como empresa estatal e contra os ataques da mídia hegemônica.
“A Petrobrás é muito mais do que um valor na bolsa, ela é um projeto de nação, foi essencial para ajudar o país a enfrentar momentos de crise, gerando empregos e recursos para o Brasil”, frisa Castellano.
Durante os dois dias de Congresso Regional, o acordo coletivo da Petrobrás foi debatido, com sugestões e adaptações do texto. “Foi muito produtivo, tiramos resoluções e cláusulas que vão ajudar bastante na nossa luta do acordo coletivo. A unidade desse grupo tende a fortalecer essa construção do acordo e mostrar o quanto nós estamos nivelados no entendimento do que precisa avançar na categoria”, afirma a secretária de formação do Sindipetro PR/SC, Anacélie de Assis Azevedo.
“Na minha visão, o Congresso foi muito importante para conseguir colocar vários pontos de vista sobre o acordo coletivo – que é de interesse de toda a categoria. O Congresso Unificado intensifica a unidade – todos trabalhando juntos para o mesmo objetivo”, declara a delegada do Sindipetro PR/SC Ellen Andrade do Amaral.
Os delegados presentes votaram as cláusulas que foram propostas ou na suspensão delas para compor o acordo que agora será levado para debate a nível nacional – na Plenafup. O objetivo era complementar e aperfeiçoar a redação de forma a não deixar brechas para a empresa agir de maneira que prejudique os trabalhadores.
Os participantes de ambas as entidades apresentaram suas propostas que foram votadas pelos delegados dos sindicatos.
Entre as propostas, foi sugerido que a empresa adquira alimentos da agricultura camponesa e familiar para melhorar a alimentação dos trabalhadores; fornaça auxílio-acompanhante até os 48 meses da criança em vez de apenas até o terceiro ano; e promoção por mérito – aplicando as regras do nível médio para o superior.
Foi sugerido que, quando houver transferência de um trabalhador ou trabalhadora que seja casado com outro empregado da empresa, que este também possa ser enviado para a mesma unidade – mesmo que não haja interesse da empresa.
A redação final – que contém essas e diversas outras propostas – será levada agora para a Plenária Nacional, onde também será debatida pelos delegados dos sindicatos pertencentes à FUP com o objetivo de chegar a um consenso entre todos os trabalhadores.
“O Congresso é muito importante para nós, porque, além de unir forças, nós também vamos com peso para a Plenária Nacional. Para o Sindiquímica-PR, o Congresso é muito válido para podermos lutar contra o capital e contra a empresa, e reivindicar melhores condições aos trabalhadores”, explica o coordenador administrativo do Sindiquímica-PR, Ademir Jacinto da Silva.
Apoio
Além de tratar dos interesses da própria categoria, os petroleiros e petroquímicos demonstraram seu apoio aos professores quanto ao massacre sofrido pelos servidores em 29 de abril.
Várias moções de repúdio e apoio foram lidas, mostrando a insatisfação dos trabalhadores perante os ataques das lideranças estaduais, em especial, ao regime antidemocrático do governador paranaense, Beto Richa.
Fonte: Sindiquímica-PR