Cresce a adesão à greve dos petroleiros

De 90% a 100% dos trabalhadores de unidades operacionais participam do movimento

A greve nacional dos petroleiros entrou no seu segundo dia com aumento da adesão da categoria. De acordo com levantamento da FUP, a participação nas unidades operacionais está entre 90% e 100%, inclusive com participação de trabalhadores terceirizados e do administrativo.

As equipes pelegas de contingência da Petrobrás, formadas por funcionários sem experiência nas rotinas, como gerentes, supervisores e cotur’s, mantêm a operação na maioria das unidades, mas colocam em risco a própria segurança, das instalações e das comunidades no entorno dos parques industriais da Petrobrás.  

No Paraná e Santa Catarina o cenário nacional se repete. Na Repar o índice de adesão na área operacional é de 90% e no administrativo está em 75%. A contingência formada pela empresa tem um número muito aquém do necessário para a operação com segurança. Alguns não têm experiência suficiente para atuar nas funções que assumiram e há o agravante do desgaste físico e psicológico, uma vez que começaram a trabalhar as 08h30 de ontem (17) e a jornada já passa de 30 horas. “Assumiram a cabine de comando durante um voo de cruzeiro, enquanto o piloto automático estiver ligado a situação é confortável, mas qualquer oscilação no percurso gera um risco muito grande”, comparou Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro PR e SC. Apesar de a empresa negar, há redução de 10% a 15% na produção da Repar e já falta fornecimento de GLP.  

Na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, o Sindicato repetiu a estratégia utilizada na Repar e organizou um abaixo-assinado onde os trabalhadores manifestaram a contrariedade à sobrejornada. Os trabalhadores que assinaram são do grupo de turno 5, que havia assumido as operações às 15h30 de quarta-feira (16),  e só foram liberados por volta das 17h00 de ontem (17), totalizando uma jornada de quase 26 horas. O contingente pelego da SIX está no comando das operações. A adesão à greve está em 100% no turno e 50% no administrativo.

No Terminal Transpetro de Paranaguá a situação continua a mesma do início da paralisação. A adesão geral está em 90% e apenas trabalham o coordenador, supervisor ou engenheiro. Os trabalhadores denunciaram que um bombeamento de gás liquefeito de petróleo (GLP) de um navio atracado no Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar) para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, está programado para a tarde desta sexta-feira. Trata-se de uma operação delicada e de altíssimo risco, cuja execução requer experiência na área. O Sindicato comunicou a gerência local e se colocou, como de praxe, à disposição para negociar a rendição e o contingencionamento, mas não até agora não obteve resposta.

Em Santa Catarina o movimento registrou aumento e os índices de adesão superam os 90% em todos os terminais (Biguaçu, Guaramirim, Itajaí e São Francisco do Sul). No terminal de São Francisco do Sul (Tefran), os petroleiros bloquearam a rua Felipe Mussi, pararam os ônibus e fizeram uma passeata.

A categoria exige a suspensão imediata do leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e por avanços na campanha reivindicatória. A categoria também exige a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização para as atividades-fim, acaba com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e piora consideravelmente as condições de trabalho, atacando direitos históricos da classe trabalhadora.

Orientação
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina parabeniza os petroleiros pela grande adesão à greve que, com certeza, trará muitasconquistas à categoria. A orientação é para que todos comparecem em frente às respectivas unidades de trabalho nos horários normais de seu expediente para fortalecer o movimento e nivelar as informações.