Cresce ainda mais a greve dos petroleiros no Paraná e Santa Catarina

Tefran aderiu ao movimento; ação policial e interdito proibitório esquentaram o clima na greve da Repar.

 

A greve dos petroleiros no Paraná e Santa Catarina segue forte e em expansão. Nesta quarta-feira (04) os empregados do Terminal Aquaviário da Transpetro em São Francisco do Sul (Tefran) aderiram ao movimento nacional da categoria. Agora todas as unidades do Sistema Petrobrás nos dois estados da Região Sul enfrentam o protesto de seus funcionários e operam com equipes de contingência formadas pela empresa, com exceção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen), que paralisou totalmente sua produção ainda na segunda-feira (02).

 

O contingenciamento é uma ação altamente perigosa, pois são escaladas pessoas sem qualificação técnica para assumir o controle das unidades, com efetivo extremamente reduzido, o que coloca em risco a vida desses funcionários, os equipamentos industriais, o meio ambiente e até as comunidades do entorno das bases da Petrobrás.

 

Além disso, a empresa utiliza todas as formas legais e ilegais para tentar minimizar os impactos da greve. Na terça-feira, por requerimento da Petrobras, a juíza Marli Gonçalves Valeiko, da 1ª Vara do Trabalho de Araucária, concedeu mandado liminar de interdito proibitório que impediu o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, assim como outros sindicatos e movimentos que auxiliam a greve, de bloquear os acessos da Repar, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$ 100 mil. A assessoria jurídica do Sindicato trabalha para tentar derrubar a liminar.

 

Diante da determinação judicial, o Sindipetro liberou todos os acessos à refinaria e fez a greve no convencimento. Um grupo de policiais militares, possivelmente acionados pela empresa, tentou impedir o direito de convencer os trabalhadores e chegaram a empurrar dirigentes sindicais, mas desistiram depois da resistência dos sindicalistas e grevistas. Apesar disso tudo, a adesão foi maciça e frustrou as expectativas dos gestores.  A operação ainda está a cargo do contingente pelego da empresa. O cenário se repete nas demais unidades do Paraná e Santa Catarina. Confira o quadro da greve:

 

Tefran / Terminal Transpetro de São Francisco do Sul – A greve iniciou nesta quarta-feira (04) com grande adesão dos trabalhadores do horário administrativo. Dirigentes sindicais e grevistas realizaram um Bate-Papo Sindical na troca de turno das 15h30 para convencer os trabalhadores da operação a aderirem ao movimento.

 

Tepar / Terminal Transpetro de Paranaguá – Os trabalhadores do Tepar entraram nesta quarta-feira (04) no segundo dia de greve e a adesão é de cerca de 90% dos empregados. A operação da unidade é feita por supervisores, engenheiros e alguns poucos pelegos históricos.

 

Temirim / Terminal Transpetro de Guaramirim – Segundo dia de greve dos trabalhadores do Temirim. Toda a operação do Terminal segue a cargo de um pequeno grupo de contingência da empresa. A adesão entre os trabalhadores da operação é de 100%. Grevistas seguem em protesto na frente da unidade.

 

Teguaçu / Terminal Transpetro de Biguaçu – Os funcionários do Teguaçu estão há dois dias em greve. Apenas três pessoas formam o grupo de contingência da empresa que opera a unidade da Transpetro. Adesão ao movimento é total entre os operadores.

 

Tejaí / Terminal Transpetro de Itajaí – Assim como na maioria das unidades da Transpetro de Santa Catarina, os trabalhadores do Tejaí estão há dois dias em greve. A adesão é grandepor parte dos trabalhadores do horário administrativo e da operação. O contingenciamento é feito por apenas cinco pessoas.

 

Repar / Refinaria de Araucária – Terceiro dia de greve na Repar. O fato novo é a liminar de interdito proibitório que impede os piquetes nos portões da refinaria. Diante disso, o Sindicato fez a greve desta quarta-feira (04) na base do convencimento e o resultado foi uma grande adesão dos trabalhadores do turno e do administrativo. Militantes do MST permanecem em acampamento montado em frente da unidade e auxiliam os petroleiros na greve, em grandioso gesto de solidariedade de classe. Policiais militares acionados pela Repar tentaram impedir o direito de convencer os trabalhadores a participar da greve, mas foram vencidos pela resistência dos grevistas.

 

SIX / Usina do Xisto – São Mateus do Sul – Em greve há três dias, os quadro da greve na SIX segue com adesão de 100% dos trabalhadores em regime do turno. Mesmo com chuva, dirigentes sindicais fizeram panfletagem e diálogo com os empregados sobre o desmonte em curso na Petrobrás.