Entreguista Castello Branco pretende doar Usina do Xisto

Sindipetro PR e SC acompanha os bastidores dessa negociata que tem tudo para dar errado. Isso porque tanto privatização como hibernação da unidade vão impactar diretamente na saúde econômica do município de São Mateus do Sul e região 

 

O termo “entreguista”, quando usado para uma pessoa ou gestão, trata de algo que vai contra o interesse do povo. Não é só uma mentalidade, mas também uma prática. É quando, por exemplo, o atual presidente da Petrobrás, Castello Branco, entrega um recurso natural brasileiro para uma empresa de outro país explorar.

 

Atualmente todo petroleiro e petroleira acompanha o projeto bolsonarista de desmonte da Petrobrás, mas a sociedade paranaense também precisa entrar nessa redoma de indignados, antes que seja tarde. Pensar que não será atingido é um erro.

 

No Paraná, por exemplo, o entreguismo está configurado. Se o andar da carruagem não mudar, a estatal pode deixar de operar no estado e causar um desastre econômico principalmente em Araucária, onde está a Refinaria Presidente Getúlio Vargas, e em São Mateus do Sul, sede da Usina do Xisto (SIX).

 

Hoje, a atual direção da Petrobrás trabalha sob o comando de Paulo Guedes, ministro da economia, para fatiar, depois vender ou dar os pedaços da estatal. Só que esses “pedaços” são grandes indústrias, responsáveis pelo desenvolvimento econômico e social de regiões e estados inteiros.

 

A questão do Xisto, por exemplo, é tratada como um mero detalhe, porém esse “pequeno pormenor” move a economia de toda a região sul do Paraná.

 

São Mateus do Sul

 

Nos últimos dias diversas informações pipocaram na região de São Mateus do Sul sobre a intenção da gestão da Petrobrás de vender ou hibernar a Usina do Xisto. Para o Sindipetro PR e SC, esse processo entreguista extinguirá milhares de empregos do município e da região.

 

Para se ter uma ideia, a Usina do Xisto emprega aproximadamente 4 mil trabalhadores (diretos e indiretos). É responsável por 45% da arrecadação de ICMS, indiretamente por cerca de 50% do ISS e gera cerca de 15 milhões de reais anuais em royalties sobre a produção de óleo e gás de xisto.

 

E a questões dos royalties também é um tema importante em relação ao futuro dessa fábrica. A Petrobrás paga ao município e ao estado uma compensação financeira por conta da extração do xisto – 5% do valor comercializado dos produtos finais (óleo combustível e gás). 

 

No entanto, o Paraná tenta negociar um valor anual de 10% baseado nas leis que regem o repasse de royalties em outros tipos de exploração, como o pré-sal.  

 

Apesar das cartas na mesa mostrarem os lados da Petrobrás, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e dos gestores estaduais e municipais, pouco se fala das famílias dos trabalhadores que serão impactadas caso o desmonte se concretize.

 

De acordo com a companhia, o objetivo é vender a SIX até o final de 2021. Caso isso não aconteça, como se não bastasse essa maldade premeditada e que comprova o entreguismo, a Usina do Xisto poderá ser hibernada.

 

Isso significa fechamento e demissão de todos os trabalhadores próprios e terceirizados, como já aconteceu na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Araucária (Fafen/PR).

 

Veja o absurdo: em plena pandemia cerca de 4 mil pais e mães de família perderão seus empregos por uma desculpa esfarrapada da gestão da empresa de que não pode pagar os royalties devidos? Logo a Petrobrás, a maior empresa do Brasil? Que lucra na casa das dezenas de bilhões por ano? Eles acham que enganam quem?

 

Petrobrás é do povo e deve servir aos interesses da população

 

A SIX, assim como a Petrobrás, foi construída por iniciativa do povo, depois da famosa campanha “O Petróleo é Nosso!”. E a história da construção da Usina se confunde com a evolução do município de São Mateus do Sul.

 

Quando a Usina do Xisto chegou ao município, a Petrobrás trouxe contrapartidas importantes.

 

É o caso da famosa caixa d’água da cuia de chimarrão e a estação de tratamento de água, até então inexistente na cidade. Além disso, o hospital municipal foi erguido pela empresa, o descarte de lixo é deixado na mina da Usina para os cuidados necessários e as pedras usadas nas estradas vêm da unidade.

 

Portanto, o sindicato, os petroleiros e a população vão defender esse patrimônio do povo saomateuense! Com fé e luta vamos superar esse momento triste de ameaças.

 

O Xisto é Nosso e não pode parar!