A FUP solicitará à Petrobrás que investigue conduta antiética de funcionários de alto escalão da empresa, que vazaram informações de um processo que, por sua natureza, deveria correr em sigilo. A atitude viola o código de ética da companhia e demonstra a existência de setores informais de informação paralela na empresa, tal como era comum no governo anterior.
Segundo matéria publicada nesta quinta-feira, 29, no blog da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, estaria sendo investigado no comitê de ética da Petrobrás. Bacelar desconhece tal processo. Se de fato houver esse processo, deveria ser sigiloso. O texto afirma que a informação foi dada por “três fontes de alto escalão” da companhia.
A Petrobrás tem que apurar quem do alto escalão vazou informação de processo sigiloso e com qual objetivo.
“Processos de cunho administrativo são sigilosos. Causa estranheza o vazamento para a imprensa antes mesmo da notificação da parte interessada”, diz Bacelar, deixando claro que, se for notificado, a defesa analisará se se trata de abuso de autoridade do denunciante ou de tentativa de intimidação contra a liberdade de manifestação e de expressão de um dirigente sindical. “Essa quebra de sigilo é típica de períodos autoritários e que foram praticados recentemente pela Abin paralela”, ressalta ele.
O advogado Marthius Sávio Lobato, que representa a FUP no caso, diz que o vazamento de informações sigilosas, além de violar o código de ética da empresa por funcionários que deveriam ser os primeiros a manter a integridade das normas administrativas, viola direito fundamental de Bacelar. “Essa atitude tem a intenção, assim como os golpistas fizeram, de criar um sistema de vazamento de informações paralelo, que tem que ser apurado e ter a devida reprimenda”, afirma Lobato.