Em todo o país, as trabalhadoras e os trabalhadores petroleiros realizam greve de advertência nas unidades do Sistema Petrobrás nesta quarta-feira (26), exigindo respeito e valorização aos que constroem as riquezas da maior e mais estratégica empresa brasileira.
A mobilização é uma resposta às tentativas da gestão Magda Chambriard de esvaziar os fóruns de negociação coletiva, com postura autoritária que coloca em xeque a boa-fé negocial, além de ignorar as principais reivindicações da categoria, vide o que está acontecendo com a PLR e o teletrabalho.
Soma-se a isso, a guerrilha jurídica movida pela gestão da Petrobrás contra os trabalhadores, ao retirar a parcela da RMNR incorporada ao salário, mesmo com decisão transitada e julgada, além de atacar o repouso semanal remunerado e impor dificuldades em rever as demissões e punições políticas dos governos passados.
É inadmissível que no curso da reconstrução do Sistema Petrobrás, no qual os trabalhadores são parte fundamental desse processo, os direitos e as conquistas coletivas estejam na mira de uma gestão que afronta a categoria.
Essa greve é uma advertência à gestão Magda Chambriard: não aceitaremos a volta da cultura do medo na Petrobrás! Basta de autoritarismo e de intransigência. Os petroleiros e petroleiras querem respeito à mesa de negociação e o atendimento da pauta unitária apresentada pelas federações.
O que a categoria petroleira reivindica
- Não à redução da Remuneração Variável, com garantia dos valores anunciados. É inaceitável que os trabalhadores que produziram os lucros tenham uma redução de 31% nos valores que foram apresentados em simuladores em dezembro do ano passado, enquanto a empresa repassará 207% dos lucros para os acionistas;
- Defesa do Teletrabalho. Imediato cancelamento do cronograma de mudança no Teletrabalho, cancelamento do termo de adesão individual e abertura de negociações de fato para uma regra negociada coletivamente, com atenção aos impactos que irá causar e assinada pela empresa e sindicatos;
- Fim dos PEDs do Plano Petros. É necessária uma solução definitiva aos PEDs, construída com as trabalhadoras e os trabalhadores, que traga de volta a dignidade àqueles que construíram essa empresa;
- Plano de Cargos, Carreira e Salário. Negociação imediata para a criação de um único plano, integrado para todo o Sistema. Que sejam corrigidas e reparadas as distorções criadas durante o período de dois planos vigentes. Que o novo plano valorize a negociação coletiva, as atribuições de cada cargo e a devida remuneração, além de possibilidades de progressão na carreira e mobilidades transparentes e justas, conforme proposta aprovada no seminário unitário das duas federações;
- Reposição do efetivo. Nunca houve uma queda tão brusca no número de trabalhadores como nos anos que se seguiram à Lava-Jato. É necessário a convocação de todos os concursados, inclusive do cadastro de reserva dos concursos já realizados e abertura de novos concursos;
- Fim dos acidentes, mortes e adoecimento no Sistema. Foram 6 fatalidades no Sistema Petrobrás no final de 2024. A empresa tem o dever de garantir a vida e a integridade dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam no Sistema Petrobrás, sejam prestadores de serviços ou com vínculo direto;
- Garantir a retomada da produção na Fafen-PR com segurança. O fechamento da Fábrica de Fertilizantes no Paraná e a demissão dos trabalhadores foram o principal motivo para a greve nacional de 2020. A retomada da Petrobrás no setor de fertilizantes e a reabertura da FAFEN-PR é uma conquista da luta da categoria petroleira. Porém, não podemos admitir que essa retomada seja realizada sem segurança, principalmente por falta de efetivo;
- Por direitos, segurança e condições de trabalho dos prestadores de serviço em todo o Sistema Petrobrás. Precisamos melhorar a fiscalização dos contratos, modelo e política de licitação, mecanismos que garantam de fato o cumprimento da legislação trabalhista e a isonomia de jornada, com o fim da escala 6×1, que atinge os prestadores de serviço no Sistema Petrobrás;
- Contra qualquer forma de diferenciação das trabalhadoras e trabalhadores, que já estão na companhia e aqueles que estão se somando agora, inclusive nos adicionais de transferência definitiva e na ajuda de custos.
Fonte: FUP