Um trabalhador foi atingido no rosto por tiro de bala de borracha disparado pela Guarda Municipal de Araucária. Protestos da categoria durante a Greve Geral aconteceram em Joinville, Paranaguá e São Mateus do Sul.
A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Petrobrás), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, teve todas suas vias de acesso paralisadas durante a manifestação da Greve Geral desta sexta-feira (14).
Petroleiros, petroquímicos, próprios e terceirizados, além de servidores municipais, professores, trabalhadores rurais sem terra, metalúrgicos, comerciários, entre outros, participaram do protesto contra a reforma da previdência e em defesa da Petrobrás.
A mobilização começou por volta das 04h30, mas os petroleiros já haviam feito o corte de rendição dos turnos à zero hora. A categoria atendeu à convocação da CUT e demais centrais sindicais. “É um dia de muita reflexão e luta, de construção desta unidade entre os trabalhadores do campo e da cidade. Temos que construir isso para passar o grande recado de indignação da classe trabalhadora. Nós não vamos aceitar o pagamento desta conta da previdência, que é do empresariado. Os únicos que estão comemorando essa tal reforma da previdência são os empresários porque estão tendo um perdão de dívidas” disse o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Mário Dal Zot.
A privatização da Petrobrás também foi rechaçada durante o ato. “Querem acabar com a empresa para abrir o mercado ao capital financeiro internacional. Se a privatização das refinarias ocorrer, o povo brasileiro, que já pagou por elas uma vez, vai pagar novamente por toda essa estrutura, pois a empresa que comprar vai querer tirar todo o dinheiro que investiu em cima dos preços dos combustíveis. Então, o povo que já paga muito caro pelos combustíveis e gás de cozinha, desde que resolveram atrelar os preços ao dólar e ao barril de petróleo, vai sofrer ainda mais. Muitas famílias passaram a utilizar lenha para cozinhar porque não conseguem mais comprar um botijão de gás”, disse o secretário de comunicação da CUT, Roni Barbosa.
Ataque policial violento a manifestantes
Como forma de protesto durante a Greve Geral, um grupo de trabalhadores trancou parcialmente a BR 476 (Rodovia do Xisto) a cerca de 1 km da Repar, mas foram impedidos pela força policial. Quando se retiravam do local foram atacados pela Guarda Municipal de Araucária com tiros de borracha.
Os tiros acertaram três pessoas, entre eles um militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, atingido com uma bala de borracha no rosto. O ferido encontra-se hospitalizado. O MST emitiu uma nota na qual classificou o ataque como “covarde e criminoso contra trabalhadores em seu direito à greve”.
Resposta foi o bloqueio total da BR
Indignados com a truculência policial, os manifestantes que estavam em frente à Repar resolveram trancar as duas pistas da Rodovia do Xisto. O bloqueio durou pouco menos de uma hora. A Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Araucária estiveram no local, mas desta vez não foram registrados incidentes violentos.
Greve Geral nas demais bases
Os petroleiros das demais bases do Paraná e Santa Catarina também aderiram à Greve Geral deste 14 de Junho. Em Santa Catarina, os trabalhadores dos Terminais da Transpetro de Biguaçu, Guaramirim, Itajaí, São Francisco do Sul e do Ediville somaram força na manifestação realizada em Joinville, na Praça da Bandeira.
Já os petroleiros da Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, também cortaram a rendição dos turnos à zero hora e permanecem mobilizados em frente à unidade. Situação similar a dos empregados do Terminal Transpetro de Paranaguá.