Enquanto a Companhia anuncia lucros bilionários, um petroleiro da Reduc perde a vida por causa de uma política de gestão que corta investimentos em segurança do trabalho. Não iremos nos calar, queremos justiça!
Na manhã desta quinta-feira (24), o Sindipetro PR e SC, a Federação Única dos Petroleiros e seus sindicatos filiados realizaram um Ato Nacional em memória do caldeireiro José Arnaldo de Amorim. O trabalhador foi vítima de um acidente fatal durante a parada de manutenção de uma das unidades da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
O protesto convocado pela FUP cobrou justiça ao companheiro José Arnaldo e reivindicou mais segurança aos petroleiros e petroleiras. Visando cada vez mais o lucro dos acionistas, a atual gestão da Petrobrás tem precarizado os serviços e sucateado as unidades da estatal, colocando em risco os funcionários da empresa, as instalações e as comunidades próximas às refinarias. Apesar dos alertas, tragédias como esta tem se repetido. Os dirigentes sindicais frisaram que é fundamental denunciar e realizar mobilizações em todo Brasil sempre que um trabalhador vier a óbito dentro de umas das unidades do Sistema Petrobrás.
“É lamentável que o José Arnaldo tenha perdido a vida em uma unidade da Petrobrás e que a gente veja o anúncio descarado do lucro ultra bilionário nunca visto antes na história da Petrobrás. É uma contradição muito grande, uma empresa tão rica e que deixa o trabalhador morrer”, declarou Roni Barbosa, diretor do Sindipetro PR e SC e secretário de comunicação da CUT Brasil (Central Única dos Trabalhadores).
Na manifestação era possível perceber a revolta e a comoção da categoria, ainda mais após sequer suspenderem os trabalhos de parada de manutenção na Reduc para avaliar o que aconteceu. A empresa na qual o companheiro era empregado também não liberou os funcionários no dia seguinte para acompanhar o enterro do colega e nem dispensou seus empregados no dia do acidente fatal.
O presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, afirmou que é inadmissível sair de casa para trabalhar, buscar o pão de cada dia e voltar sem vida. Ele disse que cada vez que acontece mortes como essa, os petroleiros esperam que seja a última. “Mas infelizmente reincide e sempre que reincidir a gente tem que se mobilizar. Trabalhadores aqui falaram em colocar fogo em pneus, parar tudo! Eu falei que ainda não é o momento, mas talvez seja daqui a pouco. Talvez tenha que se preparar para isso, quem sabe seja só assim que as nossas vidas comecem a ser um pouco mais valorizadas”, avisou.
Os protestos nas unidades da Petrobrás cobraram uma investigação criteriosa para descobrir o que de fato aconteceu na Reduc. Há uma série de suspeitas sobre o caso. O Sindicato ressalta que uma morte como essa não acontece por uma pequena falha, mas sim por muitas as falhas durante o processo.
É importante que os trabalhadores denunciem ao Sindicato qualquer desvio na área de segurança do trabalho, para que, se tratando a base da pirâmide não cheguemos em acidentes graves e/ou fatalidades como essa. Vamos fazer com que essa morte não tenha sido em vão. Vamos cobrar justiça par José Arnaldo!
Live: FUP realiza ato nacional exigindo justiça para José Arnaldo