Greve nova e o velho problema da pelegada traidora. Os trabalhadores da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, iniciaram o movimento paredista à zero hora de quinta-feira (01) e não fosse a contingência precária formada por alguns supervisores a unidade já estaria com a produção cessada. Possivelmente as negociações teriam avançado para um acordo, mas esse pequeno grupo causa um grande problema para a luta dos trabalhadores.
Desrespeitaram uma decisão soberana de assembleia e sempre alegam o direito de ir e vir. Esquecem, porém, que o direito coletivo se sobrepõe ao individual. As motivações para a traição se explicam a partir de duas hipóteses. Uma delas é a prevalência do medo sobre a causa justa em disputa. É ceder às pressões e ameaças da empresa em detrimento da luta coletiva. Uma postura de covardia, sem dúvida.
A segunda presunção e quiçá a de maior verossimilhança é o mercenarismo. Agem apenas por interesse financeiro. É ter coragem de estar ao lado do inimigo para posar de proativo vislumbrando mais um saquinho de mil-réis. Uma atitude venosa, pior até que a covardia. Torcem para vitória do coletivo, mas com meros interesses individuais. São Judas aqueles que se comportam desta forma.
Apesar deles, a luta contra a redução da tabela de turno e consequente perda de direitos na Usina do Xisto segue firme e forte. O embate é feito pela maioria, mas os benefícios contemplam a todos. Porém, só quem tem coragem de lutar pode andar de cabeça erguida.