Ausência revela o interessa da empresa em manter práticas antissindicais durante greves da categoria
Mais uma vez a Petrobrás demonstrou que não tem interesse nenhum em negociar a regulamentação das greves ao faltar na audiência da tarde desta quarta-feira (18), no Ministério Público do Trabalho (MPT) – Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região, em Curitiba. O objetivo seria viabilizar a autoregulação da greve, mediante pactuação entre a empresa e o Sindicato.
Diante da ausência de representantes da Petrobrás, o Sindicato expôs as práticas antissindicais cometidas pela empresa durante o movimento paredista dos petroleiros, como a manutenção das atividades através de equipe de contingência, com jornadas excessivas, sempre superiores a 12 horas diárias, com confinamento dos trabalhadores nas dependências das unidades e sem a devida capacitação técnica.
O Sindipetro ainda reafirmou a necessidade da autoregulação da greve, tendo em vista que o movimento pode ser retomado a qualquer momento, já que houve apenas a suspensão e o estado de greve está em vigência.
Várias outras atitudes tomadas pela empresa que ferem a lei de greve e caracterizam práticas antissindicais foram denunciadas pelo Sindicato ao MPT. Em destaque, o pagamento de horas extras e promessas de promoções ao contingenciamento, uso da força policial dentro das unidades de produção, intimidações, filmagens dos trabalhadores na descida dos ônibus para constranger e ameaças feitas contra aqueles que aderiram à greve.
Por fim, o Sindicato ainda sugeriu que o MPT proponha Ação Civil Pública por danos morais coletivos na jurisdição do Estado do Paraná e a continuidade da apuração dos fatos revelados, sem necessidade de nova audiência diante da falta de interesse da denunciada.