Petrobrás usa o medo como ferramenta de desmobilização

Um dizer insurgente atenta para a seguinte reflexão: “nos tiraram tudo, até o medo”. Isso serve para os petroleiros atualmente, mas com uma diferença: há tempo para não perder direitos. A greve foi aprovada e as práticas antissindicais se intensificam como forma de desmobilizar a categoria. Para o presidente do Sindipetro, Mário Dal Zot, só com unidade se vence o medo.

 

Os relatos de assédio dentro da Petrobrás chegam aos sindicatos como reflexo do atual modelo de gestão, uma forma de fascismo administrativo. “Não há saída individual. O trabalhador pode enxergar no sindicato uma certeza, que iremos lutar. A alternativa é a luta coletiva”, diz Mário.

 

Na Bahia, o Procurador-chefe do MPT, Luís Carneiro, coordenador da força-tarefa “Desmobilização da Petrobras na Bahia”, escreveu, em seu artigo “O pânico é ferramenta de gestão?”, publicado hoje (23) no Jornal A Tarde: “ouvi os mais chocantes depoimentos em quase dez anos de atuação como membro do Ministério Público do Trabalho”.

 

De acordo com a publicação do membro do MPT, muitos trabalhadores tinham se emocionado na empresa nos últimos dias ou viram colegas chorando por lá. Angústia e medo, por vezes interrompidos para recomposição emocional da testemunha. Ouvimos de uso de remédio controlado a depressão profunda e até tentativa de suicídio.

 

Para Luís, ficou evidente o assédio moral organizacional. Estava patente o terror psicológico, sobretudo pela absoluta falta de transparência e informação, forçando o pedido de transferência por parte dos trabalhadores ou sua “adesão à demissão voluntária”.

 

O SindipetroPReSC entende que nenhum empregador ou gestor com cargo de chefia tem o direito de se valer do assédio como ferramenta de gestão. O assédio moral é grave, com reflexos sobre a saúde física e mental dos trabalhadores.  

 

DENUNCIE: Em qualquer situação de assédio, entre com contato com o SindipetroPReSC: denuncia@sindipetroprsc.org.br.