Petroleiros aprovam greve nacional contra demissões e desmonte da Petrobrás

 

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás encerraram ontem, 28, as assembleias nas bases da FUP. No Paraná e Santa Catarina, 87% dos trabalhadores aprovaram a greve nacional por tempo indeterminado contra as demissões na Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR) e o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

 

Ontem mesmo, a FUP e seus 13 sindicatos comunicaram à gestão da Petrobrás e das subsidiárias o início da greve a partir do primeiro minuto de sábado (01/02).

 

Os petroleiros, como sempre fizeram, irão garantir o abastecimento da população durante todo o movimento grevista.

 

A luta da categoria é em defesa dos empregos e da Petrobrás a serviço do povo brasileiro.

 

Demissões no rastro da desindustrialização

 

A política agressiva do atual Governo Federal de privatizar e fechar unidades estratégicas da Petrobrás impacta diretamente na vida dos petroleiros, com demissões em massa e desrespeito ao Acordo Coletivo de Trabalho.

 

Hoje a atual gestão da companhia pratica um verdadeiro desmonte do patrimônio brasileiro com:

 

:: A destruição da cadeia produtiva de óleo e gás: a consequência é a economia do país segue estagnada;

:: A Petrobrás, que era uma das locomotivas do desenvolvimento nacional, reduziu em mais de 50% os investimentos no Brasil;

:: Os R$ 104,4 bilhões investidos pela empresa em 2013 despencaram para R$ 49,3 bilhões, em 2018 => queda de 53%.

:: O resultado é um desinvestimento no setor que faz o Brasil perder mais de R$ 100 bilhões para o PIB nesse período;

:: Como consequência, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados, o que representa 19% da taxa de desemprego;

:: Só no Sistema Petrobrás, foram fechados mais de 270 mil postos de trabalho, entre próprios e terceirizados.

 

Preços de combustíveis abusivos

 

Além disso, o aumento dos preços da gasolina, do gás de cozinha e do diesel são parte de uma pacote de desmonte da Petrobrás. Atualmente os gestores da companhia alteraram a forma de reajuste dos preços dos derivados, como colocaram à venda oito refinarias, 13 terminais marítimos e terrestres, 2.226 quilômetros de dutos e ainda privatizaram as distribuidoras de combustíveis.

 

 

Quem ganha com isso são as importadoras de combustíveis, que estão lucrando milhões de dólares, enquanto a Petrobrás exporta óleo cru e coloca à venda metade do seu parque de refino. Quem perde é o povo brasileiro, que paga uma das gasolinas mais caras do planeta.

 

Descumprimento do Acordo Coletivo

 

As demissões e transferências em massa que estão ocorrendo no Sistema Petrobrás em função das privatizações e fechamento de unidades ferem os Acordos de Trabalho.

 

É o caso da Cláusula 26 do ACT da Araucária Nitrogenados que impede a empresa de promover demissões em massa, sem negociação prévia com o sindicato.

 

Nesse caso da Fafen-PR, a Petrobrás anunciou a demissão sumária dos trabalhadores da fábrica, que souberam do fato pela imprensa. Nem o sindicato, nem a FUP foram sequer informados sobre essa decisão arbitrária.

 

Esse não é um caso isolado de descumprimento de acordo. Menos de três meses após a assinatura do ACT, os gestores da empresa seguem reiteradamente desrespeitando o que pactuaram com as representações sindicais.

 

Além disso, atropelam legislações e o próprio processo de negociação ao impor decisões unilaterais, à revelia dos sindicatos e da vontade dos trabalhadores. 

 

Exemplos não faltam!

 

:: Tabela de turno, banco de horas, hora extra na troca de turno, relógio de ponto, interstício total, PLR, mudanças na AMS, transferências arbitrárias de trabalhadores…

::: E a demissão em massa em uma empresa 100% Petrobrás, sem que fosse dada qualquer alternativa aos trabalhadores.

 

A indignação da categoria com tantos abusos é geral e será convertida em luta, através de uma greve forte e coesa em todo o Sistema Petrobrás.

 

Resultado das assembleias


*Sindipetro Paraná e Santa Catarina – 87% de aprovação (*Foto: trabalhadores na Repar dizem SIM para a greve nacional) 

 

Sindiquímica-PR  – 100% de aprovação

 

Sindipetro Unificado de São Paulo – 88% de aprovação

 

Sindipetro Pernambuco e Paraíba  – 87% de aprovação

 

Sindipetro Minas Gerais – 86% de aprovação

 

Sindipetro Duque de Caxias – 86% de aprovação

 

Sindipetro Rio Grande do Norte – 84% de aprovação

 

Sindipetro Rio Grande do Sul – 74% de aprovação

 

Sindipetro Espírito Santo – 75% de aprovação

 

Sindipetro Amazonas – 74% de aprovação

 

Sindipetro Norte Fluminense – 69% de aprovação

 

Sindipetro Bahia – 56% de aprovação (34% de abstenção e 10% de rejeição)

 

Sindipetro Ceará – 37% de aprovação (42% de abstenção e 21% de rejeição)