Petroleiros são contra a política de preços dos combustíveis do governo Temer

Temer e Parente desmontam a indústria nacional do petróleo e deixam brasileiros à mercê do mercado internacional.

 

A greve dos caminhoneiros jogou luz ao problema dos constantes e abusivos aumentos no preço dos combustíveis no Brasil, algo que a categoria petroleira denuncia desde o início da nova política de reajustes da Petrobrás.

 

Os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha dispararam por conta de duas ações do governo Temer, cumpridas à risca pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente.

 

A primeira foi a adoção de uma nova política de reajuste nos combustíveis, com base no mercado internacional do petróleo. Essa nova fórmula, atrelada às constantes variações da cotação do barril, fizeram com que os brasileiros fossem bombardeados por nada menos que 115 aumentos nos preços dos combustíveis apenas nos últimos dez meses. Nesse período, o óleo diesel e a gasolina subiram 57%. O gás de cozinha disparou 70%.

 

A segunda medida do governo é o desmonte da indústria nacional do petróleo. Desde que Pedro Parente chegou ao comando da Petrobrás já foram entregues ao mercado privado internacional mais de 30 ativos estratégicos da empresa, como campos do pré-sal, sondas de produção, redes de gasodutos do Sudeste e do Nordeste, distribuidoras de gás, petroquímicas, termoelétricas e usinas de biocombustíveis.

 

Junto com essas privatizações, Temer e Parente baixaram a produção nas refinarias e a ociosidade está em 1/4 da capacidade de refino instalada no país. O alto preço dos combustíveis e a baixa produção viabilizaram a importação por concorrentes. Enquanto a exportação de petróleo cru nacional disparou, os combustíveis importados já somam 20% de todo o consumo no país. O Brasil se tornou o maior mercado importador de diesel dos EUA.

 

Ao tomar tais medidas, o governo Temer atua no setor de combustíveis como se o país não tivesse produção alguma. O Relatório de Sustentabilidade da Petrobrás de 2017 indica que o custo de extração do barril de petróleo na área do pré-sal gira em torno de US$ 11. Já a população paga o preço dos combustíveis com base na cotação internacional, atualmente perto dos US$ 80.  

 

A Petrobrás foi criada para garantir a soberania nacional no mercado de combustíveis e abastecer o consumo interno aos menores custos possíveis. As ações do governo Temer colocam em risco essa soberania e, neste ritmo, logo o país estará totalmente dependente do mercado internacional.  

 

O Brasil não pode se tornar um mero produtor de commodities e importador de derivados de petróleo. Tal cenário representa desemprego e altos preços ao consumidor interno e, ao mesmo tempo, geração de emprego e renda no exterior. A Petrobrás deve retomar o seu papel de indutora do desenvolvimento econômico e social do país, bem como garantir o bem-estar da população.