Entra em vigor neste sábado (11) a Reforma Trabalhista, considerada por especialistas em relações do trabalho como um dos maiores retrocessos sociais da história do país. Nesta sexta-feira (10), véspera da “tragédia”, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com outras centrais sindicais, promoveu atos em todo o país contra a retirada de direitos trabalhistas.
Em Curitiba, onde ocorreu a principal manifestação no Paraná, centenas de trabalhadores de diversas categorias protestaram na Boca Maldita, no centro da capital paranaense. Petroleiros do Paraná e Santa Catarina participaram da mobilização e reforçaram o coro contra a reforma. “É um dia triste para a classe trabalhadora brasileira, pois significa praticamente o fim dos direitos trabalhistas. A prevalência do negociado sobre o legislado, indica que quem tem mais força tende a impor suas vontades, mas de qualquer forma vem uma redução de direitos enorme”, disse Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.
Para ele, pior do que essa deterioração das relações de trabalho “é você ter que trabalhar em um emprego precarizado até morrer, pois é o que prevê a reforma da previdência que está sendo proposta. Essa questão da reforma da previdência tende a tornar o Brasil como um país de inválidos, de doentes, porque o trabalhador não vai conseguir se aposentar”, destacou.
Ainda de acordo com o presidente do Sindicato, a união das duas reformas, trabalhista e previdenciária, representa o caos social no país. “O golpe veio para isso, acabar com o estado de bem-estar social de deixar o mercado tomar conta. Não é o presidente e nem o Congresso, é um sistema que está governando o país, em detrimento da soberania nacional, basta ver as entregas de patrimônios públicos que estão fazendo. O mundo inteiro procura reservas de petróleo e o Brasil entrega as suas. O mundo todo prioriza seus recursos para a saúde e educação, dois meses após o golpe as verbas para essas áreas foram congeladas por 20 anos, deixando livre a remuneração para o capital internacional”, concluiu.
Campanha – A CUT está com uma campanha nacional para anulação da Reforma Trabalhista. Para isso precisa reunir assinaturas do equivalente a 1% do eleitorado brasileiro e apresentar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) para que seja apreciado por deputados e senadores.
Saiba mais sobre a campanha aqui.