A categoria petroleira fez um ato nacional histórico na sexta-feira (17), em frente à Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR). São mil trabalhadores e suas famílias que estão com seus postos de trabalho eminentemente ameaçados. O Sindipetro PR e SC mobilizou sua base e todos se dirigiram à fábrica de fertilizantes, unidade essa que teve seu fechamento anunciado pela Petrobrás na última semana.
Logo pela manhã, por volta das 6h30, os petroleiros fecharam a entrada da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Os trabalhadores que chegaram para o turno da manhã foram orientados pelo sindicato a irem em caminhada rumo a Fafen-PR. A ação não foi apenas um ato de solidariedade, mas demonstrou unidade da classe trabalhadora diante de mais uma arbitrariedade da atual gestão da Petrobrás.
O presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, explicou que ninguém vai larga a mão de ninguém: “o que mais mete medo nesses caras é a nossa unidade”, enfatizou. Mário deixou claro que todos estão juntos nesse barco: “se alguém se surpreendeu com o fechamento da Repar, saiba que vamos ficar juntos, cada trabalhador que foi demitido aqui (Fafen-PR) está sendo demitido lá também, porque esse é o nosso sentimento”.
Não por acaso, petroleiros e petroquímicos, ao lado dos seus familiares, se uniram a Federação Única dos Petroleiro (FUP), centrais sindicais e sindicatos; vereadores, parlamentares e outras autoridades; além do movimento estudantil e secundarista; e deixaram claro que não vão aceitar o fechamento da fábrica e as demissões em massa; atitude essa que fere inclusive o Acordo Coletivo de Trabalho.
FUP
Os dirigentes da FUP e dos sindicatos filiados, de diversas partes do Brasil, estiveram em Araucária, o diretor da Federação, Deyvid Bacelar, explicou que haverá muito enfrentamento nos próximos dias: “entraremos em assembleia a partir de semana que vem e vamos aprovar uma greve nacional por tempo indeterminado contra o anúncio de demissões em massa que aqui aconteceram”, disse.
Além dos petroquímicos e petroleiros, várias lideranças demonstraram apoio. Um dos destaques foi o ex-senador Roberto Requião: “o que acontece na Fafen-PR acontece no Brasil. O projeto do atual Governo Federal é deixar nosso país não industrializado”.
Requião também apontou alternativas. “Qual a forma de enfrentar tudo isso? Precisamos mobilizar a sociedade inteira, a partir de Araucária. Vocês podem contar comigo. Vamos nos reunir com associações comerciais, pequenos comerciantes e empreendedores. Não são apenas os trabalhadores que sofrerão impactos, é uma cidade inteira”.