Segundo dia do Congresso Unificado iniciou com debate sobre organização sindical e defesa do ACT

Mesa inicial contou com palestras de representantes da FUP, Dieese e escritório Normando Rodrigues Advogados e Associados (*Imagem: Deyvid Bacelar)

 

No sábado o Congresso começou com palestras sobre conjuntura dos petroleiros e negociação coletiva deste ano. O coordenador interino da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, enfatizou que o momento é de unidade da classe trabalhadora para construir as pautas de reivindicações. “A negociação só inicia a partir da pauta reivindicatória criada pela categoria”, disse Bacelar.

 

O dirigente explicou ainda que os petroleiros estão insatisfeitos e é fundamental todas e todos formarem uma grande unidade de oposição ao modelo de gestão da Petrobrás. Ele pontuou que é preciso uma reorganização da classe trabalhadora a partir dos macros setores da indústria. Por fim, enalteceu a organização sindical nas ações sociais das entidades e a união histórica com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

 

Depois Cloviomar Cararine, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese, enfatizou que a atual gestão da empresa, “por conta dessa política e a forma como trata os trabalhadores, está criando um barril de pólvora”.

O pesquisador se refere ao momento de insatisfação da categoria, pois, segundo ouvidoria da Petrobrás, 37% dos petroleiros já fizeram reclamações referentes aos conflitos no trabalho.

 

Vale ressaltar que recentemente a estatal ouviu 10 mil trabalhadores e 67% disseram se orgulhar da história da estatal e do trabalho colaborativo; uma cultura que essa atual administração tenta atacar. Para o economista do Dieese, os sindicatos, ao dialogar cada vez mais com a base, tem condições de canalizar essa questão e fortalecer a luta da categoria.   

 

Quem finalizou a mesa inicial da manhã de sábado foi o advogado Adilson de Oliveira Siqueira, do escritório Normando Rodrigues Advogados e Associados. Para ele a categoria deve sim lutar contra o fascismo e pela democracia, pois “a destruição do ACT tem caráter ideológico”.

O jurista enfatizou que também é preciso dialogar com a ala mais progressista no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Adilson citou o ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho como um bom nome para essa intermediação, já que ele sinaliza avanços para os trabalhadores.

 

Para ele o jogo jurídico está em disputa, tanto é que os sindicatos já entraram com ao menos 10 ações contra as medidas de resiliência da Petrobrás. E com esses alertas da mesa inicial, os participantes se preparam para os Grupos de Trabalho temáticos.

 

 

Por Regis Luís Cardoso.