Fim do PPI, redução dos valores nas bombas e política de preços estiveram em pauta.
Davi Macedo – Sindipetro PR e SC
Esclarecer a população sobre a política dos preços dos combustíveis e a necessidade de lutar por valores justos é tarefa que o movimento sindical petroleiro faz desde que o famigerado Preço de Paridade de Importação (PPI) foi implementado pelo governo Michel Temer, em 2016.
Com o anúncio do fim do PPI pela Petrobrás, no último dia 16, e a consequente queda nos preços dos combustíveis, o tema voltou a ficar em voga no país. Nesta segunda-feira (22), o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Alexandro Guilherme Jorge, debateu o assunto com o jornalista e apresentador Denis Luciano, na Rádio Cidade em Dia (FM 89,1), de Criciúma-SC.
Ao ser questionado sobre os impactos da redução nos preços, se seria duradouro ou não, Alexandro disse que “depende da estrutura de logística e distribuição. Quanto mais longe das refinarias, a tendência é de diminuição da margem de redução nos preços dos combustíveis. Com a privatização da BR Distribuidora, a Petrobrás não chega mais na ponta, diretamente no consumidor. Então, vai variar muito. A redução em média foi na casa dos 12%, mas vai depender muito da competitividade entre as distribuidora e redes de postos”.
Porém, o presidente do Sindipetro PR e SC alertou que a diminuição nos valores dos combustíveis tem que chegar nas bombas. “O papel do estado é fiscalizar. Quem não perceber a redução na sua cidade deve denunciar aos órgãos de defesa do consumidor”.
Sobre a mudança na política de preços da Petrobrás, Alexandro disse acreditar que os preços podem cair ainda mais. “É algo que a gente debate há mais de seis anos. Quando veio o PPI, o Brasil começou a praticar preços que não eram os internacionais, nem levava em conta os custos nacionais de produção. Na nossa visão, mudada a política de preços, a tendência é que essa redução seja continuada. Isso levando em conta a nossa realidade, que é a de um país autossuficiente em petróleo e que refina grande parte por aqui, podendo atender a população levando em conta os valores nacionais de extração e refino de petróleo”.
Já em relação à influência do mercado internacional, o presidente do Sindicato afirmou que não deveria causar grandes efeitos nos preços dos combustíveis praticados no Brasil. “O custo da nossa produção de petróleo, principalmente no pré-sal, é extremamente baixo comparado com o mercado internacional. Hoje produzimos o barril de petróleo a US$ 5 no pré-sal. A cotação internacional supera os US$ 70. Então é uma decisão de qual será o tamanho do lucro para a empresa e se haverá uma política de atender o mercado interno com uma condição melhor. Essa variação no mercado externo não deveria afetar em nada o Brasil. Hoje a gente produz petróleo para atender todo o mercado nacional e chega a exportar um milhão de barris por dia”, concluiu.
Abrasileirar os preços dos combustíveis
Na sociedade contemporânea há disputas de narrativas em todos os espaços públicos de debate. Com o anúncio do fim do PPI e a diminuição dos preços dos combustíveis, setores retrógrados chegaram a arriscar um discurso negativo sobre o tema, algo que soa inescrupuloso, mas que infelizmente ocorre. Por isso é preciso que a categoria petroleira esteja alerta e ocupe todos os meios, seja nas redes sociais ou nos veículos de comunicação. Os petroleiros sabem que combustíveis com preços justos ao povo estão ligados intrinsecamente ao fortalecimento da indústria nacional do refino. É necessário que a sociedade também saiba.
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