Mesmo com ameaças de demissão por parte da multinacional, a postura combativa da categoria mostra unidade e solidariedade de classe. Ainda mais diante da intransigência da empresa em não negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba-PR (SMC).
A justificativa da Renault para as demissões é a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, cenário parecido em diversas partes do mundo. O que a multinacional não conta é que, mesmo com queda da produção, os benefícios fiscais dos estados e do governo federal podem ser usados para manutenção dos empregos.
Os metalúrgicos da Renault durante os tempos de crise vêm aceitando negociar com a empresa as mudanças necessárias para se adequar ao momento difícil, mas como resposta a multinacional francesa demite 747, de um quadro de 7300, trabalhadores.
Vale ressaltar que a empresa aderiu a MP 936 e transferiu para o Governo Federal parte dos custos da sua folha de pagamento. Além dessa desoneração, a Renault também teve incentivos em programas estaduais como o Paraná Competitivo. Nada disso foi levado em conta e justamente no aprofundamento da crise ela demitiu.
O governador Ratinho Junior precisa se posicionar na defesa dos cidadãos paranaenses. Principalmente pelo fato do presidente da Renault na América Latina, Luiz Fernando Pedrucci, dizer que o Paraná é como se fosse sua casa, um estado que “estimula o investimento e a atividade das empresas”.
Para o Sindipetro PR e SC demissão em massa é uma atitude cruel em qualquer cenário, mas durante uma das mais graves crises sanitárias da história do Brasil e do mundo isso é ainda mais negativo. As grandes multinacionais que estão no Brasil deveriam devolver em forma de garantias de empregos tantos incentivos públicos.
Empresas como a Renault tem papel social de empregar e gerar investimentos para desenvolver economias. A manutenção da empregabilidade é uma forma de preservar vidas. O Sindipetro PR e SC reafirma solidariedade à greve dos metalúrgicos na Renault. O momento é de unidade da classe trabalhadora.