Ninguém apaga a nossa história, nem destrói o nosso futuro

Atos na Repar e SIX marcam os 69 anos de resistência em defesa da Petrobrás

 

Para protestar contra as privatizações e o desmonte da maior empresa do país, os petroleiros e petroleiras realizaram no Paraná dois atos na manhã desta sexta-feira (7), um em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária; e outro na Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul. As manifestações fazem parte do Dia Nacional de Luta, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicados. Além da categoria petroleira, a mobilização contou com o apoio de outros sindicatos e lideranças políticas.

 

Na última segunda-feira (3), a Petrobrás completou 69 anos em meio ao maior processo de desmonte da sua história. Somente no governo Bolsonaro foram vendidos 63 ativos e a empresa tem perdido seu importante papel de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país.

 

Durante a manifestação em Araucária, Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, falou sobre o verdadeiro significado de ser patriota. “Eu vim pensando, o que é esse tal de patriotismo que a gente tanto fala? O que nos faz usar esse símbolo e ele ser tão importante?”. Após a reflexão, o petroleiro contou que normalmente o primeiro contato com o patriotismo vem com o esporte e lembrou da várias vezes que torceu para o Brasil no futebol, no vôlei, nas Olimpíadas e na Fórmula 1. Concluiu afirmando que a real dimensão sobre ser patriota só veio com o desenvolver da carreira profissional e após passar no concurso da Petrobrás. “Aqui, pessoal, eu desfiz tudo isso que vai nos estragando, tudo isso que vai fazendo a gente incutir em nós e nas nossas crianças, esse ‘viralatismo’ que é achar que o gringo é melhor. Nós já mostramos o potencial que Petrobrás tem, que a gente pode fazer qualquer coisa, inclusive tirar petróleo no pré-sal, a 12 mil metros de profundidade”.

 

 

Santiago Santos, coordenador do Sindiquímica Paraná, falou que em 2022, graças a persistência e a união da classe trabalhadora, o Brasil tem novas perspectivas de futuro. “A gente elegeu, principalmente no estado Paraná, uma renovação na Câmara dos Deputados Federal e na Assembleia Legislativa, e isso nos traz muita empolgação. Agora a gente tem uma missão muito mais importante que é a eleição do presidente Lula”, afirmou, citando a importância que Petrobrás tinha durante os governos petistas.

 

Santiago também deixou uma mensagem sobre a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). “Nós vamos reabrir a Fafen, isso já está sendo conversado nos gabinetes, com os parlamentares que já foram eleitos e na coordenação da campanha do presidente Lula”.

 

A recém-eleita deputada estadual mais jovem da história Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), a estudante Ana Júlia Ribeiro (PT), de 22 anos, participou da manifestação. Ela falou sobre a relação dos estudantes com a história da Petrobrás e que as empresas públicas são instrumentos fundamentais para que se possa concretizar a justiça social. “Por uma política pública de desenvolvimento nacional e de soberania, alguns anos atrás o Plano Nacional de Educação a gente estabeleceu que 10% do PIB seria para educação e saúde, estabeleceu que os royalties do petróleo seriam voltados para o financiamento da educação pública”, explicou.

 

O presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços (SINDIMONT), Gilmar Lisboa, pontuou que o sindicato é contrário à privatização da Petrobrás. “Essa empresa tem que estar na mão do povo brasileiro, privatização significa precarização. Tanto é que lá no Xisto, em São Mateus, que já está com o processo de venda bem evoluído, a precarização já acontece”, relatou Lisboa.

 

 

Outros atos também aconteceram em diversas unidades do Sistema Petrobrás nos estados do Amazonas, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.