A informação de que foi criado um Grupo de Estudo na Petrobrás para avaliar a viabilidade econômica da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) causou alvoroço entre os trabalhadores e a sociedade são-mateuense diante do temor de encerramento das atividades.
A conjuntura do setor petróleo, com o barril sendo negociado no mercado internacional abaixo dos US$ 30, confirma o risco, mas na verdade ele sempre existiu pelo fato de a Usina do Xisto ser um projeto estratégico e de pesquisa avançada, ou seja, atua em uma área que vislumbra mais o desenvolvimento de tecnologias do que o retorno econômico.
Em uma visão estritamente imediatista, financeira e mercadológica, a SIX não está sendo rentável no cenário atual, mas pode recuperar a sua lucratividade com uma leve retomada do preço do barril. No entanto, por ser um projeto estratégico, não pode ficar à mercê da instabilidade do mercado financeiro. A Usina do Xisto é um centro avançado de pesquisa na área de refino, onde são desenvolvidos vários projetos em conjunto com o centro de pesquisa da Petrobrás (cenpes) e universidades. O parque tecnológico da SIX é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo em plantas-piloto, composto por 15 unidades criadas para atender as necessidades dos variados processos de refino.
A partir da notícia do Grupo de Estudos, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina buscou mais informações junto ao representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, à diretoria executiva da empresa e à diretoria de abastecimento. A resposta que veio de todas essas instâncias da estatal é de que não há posição oficial, tampouco conclusiva. Contudo, isso não representa menos preocupação. O Sindicato se mantém atento e vai buscar o diálogo sobre o caso diretamente com a direção executiva da Petrobrás. A manutenção das atividades da SIX será defendida a partir da grande conquista da greve de novembro passado, que foi o reconhecimento da Pauta pelo Brasil, a qual prioriza o futuro da Petrobrás enquanto empresa estatal estratégica para a soberania energética brasileira, em contraponto ao aspecto financeiro imediatista e meramente mercadológico.
A luta em defesa da SIX deve ter os trabalhadores próprios e terceirizados e a sociedade são-mateuense como protagonistas. A mobilização de todos é a nossa principal arma nesta batalha. O que preocupa o Sindicato é o oportunismo que apareceu neste momento. Políticos, alguns inclusive vinculados a partidos que pregam a privatização da Petrobrás, apareceram para tentar implantar o caos em torno desta questão para depois pousarem de salvadores da pátria. Ano eleitoral tem dessas coisas. Fato é que até agora não existe posição oficial, mas o Sindipetro está vigilante e atuante com relação às ameaças contra o Projeto SIX. A luta está em nossas mãos, trabalhadores e sociedade organizada.