Petroleiros dizem a Alckmin que venda da SIX precisa ser revista

Reabertura da Fafen-PR também esteve na pauta da reunião. Ministro assumiu compromisso com a FUP de criar GT e conselho para debater conteúdo local e fertilizantes.

 

Em reunião na última sexta-feira (10) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, dirigentes da FUP e sindicatos debateram a política de desenvolvimento de biocombustíveis, fertilizantes e da reindustrialização do Brasil.

 

Os petroleiros defenderam que a reindustrialização do país passa pelo fortalecimento da indústria do petróleo, com foco no conteúdo local, que visa utilizar a matéria prima e mão de obra brasileira na construção de plataformas, navios, sondas e refinarias.

 

Os dirigentes da FUP sugeriram ao ministro Alckmin a criação de um Grupo de Trabalho para tratar de conteúdo local e cobraram participação da FUP no conselho que vai discutir uma política nacional de produção de fertilizantes para reduzir a forte dependência do Brasil das importações, que hoje representam 85% de todo o insumo utilizado no país.

 

Durante o encontro, o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Alexandro Guilherme Jorge, defendeu a revisão da privatização da Usina do Xisto (SIX). “Apresentamos ao vice-presidente todas as competências da SIX e sua importância estratégica para a Petrobrás enquanto empresa integrada do setor de óleo e gás. Também mostramos que há fortes indícios de irregularidades na venda da unidade e pedimos que o governo reveja essa privatização”, afirmou.

 

Alexandro considerou a reunião positiva e defendeu a participação da categoria nos espaços de decisão. “Ficou claro durante o encontro que há empresas do setor privado fazendo lobby junto ao governo. Por isso, a participação dos trabalhadores neste tipo de agenda serve tanto para marcar posição, quanto para corrigir informações falsas ou errôneas que vêm de outros atores da sociedade”.

 

A reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen) também foi tema de pauta. “O ministro demonstrou interesse em colocar a Fafen para operar. Um fato que apresentamos e chamou bastante a atenção dele foi de que a unidade do Paraná usa resíduo asfáltico fornecido pela Repar como matriz energética e não depende de gás natural, produto que está em crise de fornecimento no cenário global”, disse Santiago Santos, coordenador do Sindiquímica-PR.

 

“Um dos debates mais proveitosos dessa agenda foi a questão dos fertilizantes. É um grande ganho político para a categoria a conquista do espaço dentro do conselho nacional de fertilizantes que Alckmin assumiu o compromisso de criar”, avaliou Santiago.

 

Com informações da FUP