Após mais de um ano e meio de muito trabalho e várias reuniões presenciais e por videoconferência, foi assinado na última sexta-feira (27), em Brasília-DF, o Relatório do GT Xisto – Avaliação de Alternativas Técnicas para a Recuperação Econômica Sustentável da SIX. Com isso, o documento tornou-se público (disponível no link dos anexos abaixo) e está protocolado no Ministério de Minas e Energia (MME).
O Grupo de Trabalho foi formado por representantes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina e FUP e da Petrobrás e SIX, com mediação do MME. O objetivo foi analisar, debater e propor alternativas técnicas viáveis para potencializar as operações da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul (PR), com o objetivo de garantir a continuidade da operação do parque industrial, fundamental para a economia do município e também da região centro sul do Paraná.
O relatório identificou alternativas técnicas para a SIX que não apenas justificam a manutenção das suas operações, como ampliam a capacidade do parque industrial e também as oportunidades de mercado. No documento estão apontadas as propostas viáveis e também as que podem ser aplicadas em outra conjuntura econômica ou tecnológica.
O Grupo apontou que o processamento do lastro (borras oleosas de reservatórios), originárias de outras unidades da Petrobrás, cujo descarte tem alto custo e torna-se novos produtos a partir da utilização na SIX, é uma grande oportunidade de mercado para a Usina e inclusive já está em curso.
A potencialização do Projeto Xisto Agrícola também está no rol de negócios viáveis do relatório. Consiste em utilizar sólidos de xisto e água de xisto como adubo que possui riqueza de nutrientes orgânicos e minerais. A partir dessa prática são gerados os produtos Água de Retortagem, Calxisto, Finos de Xisto e Xisto Retortado.
O documento final do GT do Xisto ainda traz a redução dos custos de mineração como uma prática vantajosa para dinamizar a produção da SIX. Entre as ações propostas para esse item está a unificação dos contratos de prestação de serviços, a otimização de grandes máquinas, a substituição de caminhões por vagões e a implantação de ferrovias para transporte do xisto e demais minérios.
A Petrobrás assumiu o compromisso de aplicar as alternativas consideradas viáveis pelo GT do Xisto nesse momento e avaliar periodicamente as outras ações propostas pelo Grupo, mas que não foram classificadas como praticáveis no atual cenário, porém podem ser interessantes no futuro.
Para o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Mário Dal Zot, o relatório do GT é um passo fundamental para a manutenção e ampliação das operações da SIX. “O resultado desse Grupo de Trabalho é um documento bastante conclusivo e com muitas alternativas técnicas para a Usina do Xisto. Porém, é preciso de pressão popular e apoio político para viabilizar a potencialização da SIX. Essa unidade da Petrobrás é muito importante para São Mateus do Sul e a população tem que se engajar nessa luta em prol da SIX, pois é de interesse coletivo”.
De acordo com dados de 2015, a Usina do Xisto responde por 50% de toda a arrecadação de São Mateus do Sul.
Sobre a Usina do Xisto
A SIX tem capacidade instalada para o processamento de 5.880 toneladas/dias de xisto pirobetuminoso. A partir da sua produção são gerados óleo combustível, nafta, gás combustível, gás liquefeito e enxofre, além de produtos que podem ser utilizados nas indústrias de asfalto, cimenteira, agrícola e de cerâmica.