A caravana do Sindipetro Paraná e Santa Catarina que foi até o Rio de Janeiro participar do Ato Nacional pelo Fim dos Equacionamentos da Petros, formada por aproximadamente 40 guerreiros aposentados e pensionistas, retornou a Curitiba na manhã desta quinta-feira (14) com o sentimento de missão cumprida.
A jornada foi longa. Saíram na tarde de terça-feira (12), enfrentaram 16 horas de viagem, e chegaram à capital fluminense nas primeiras horas da manhã de quarta (13). Participaram integralmente da manifestação, empunhando as bandeiras e faixas do Sindicato, e logo em seguida encararam mais 16 horas de retorno à capital dos paranaenses. Cansa só de relatar… mas o ânimo e a convicção de que a luta é justa fizeram cada quilômetro valer a pena.
No ato, realizado em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, centenas de petroleiros e petroleiras de todo o país se uniram para cobrar um acordo robusto que ponha fim aos pesados descontos dos Planos de Equacionamento da Petros (PEDs). A mobilização foi convocada pelas entidades do Fórum em Defesa dos Participantes da Petros – FUP, FNP, Conttmaff, Fenaspe e Ambep – e teve como objetivo pressionar a diretoria da Petrobrás a garantir os recursos para viabilizar um novo plano de previdência equivalente ao atual, mas sem o confisco que hoje chega a consumir até um terço dos benefícios de aposentados e pensionistas.
A proposta vem sendo construída há dois anos, com debates no GT Petros e na Comissão Quadripartite, que reúne representantes da categoria, da patrocinadora, da fundação e de órgãos governamentais. Mas a paciência dos assistidos se esgota diante da demora na solução. É por isso que, mesmo com limitações físicas e de saúde, muitos veteranos enfrentaram viagens exaustivas para estar no ato.
“Agradecemos a todos os aposentados e pensionistas pelas 16 horas de viagem. Mesmo com suas limitações, foram à luta, ergueram a bandeira do Sindipetro PR e SC e mostraram a força da categoria petroleira. Essa luta é de todos nós e para todos nós, então a participação da delegação do Paraná e Santa Catarina no ato do Rio de Janeiro pelo fim dos PEDs foi muito importante”, afirmou Sandra Brea Schuambachi Ramos da Costa, pensionista e diretora do Sindipetro PR e SC.
No evento, lideranças nacionais destacaram que o fim dos PEDs é um dos principais pontos da pauta de reivindicações que será negociada no ACT deste ano. “Ao final do evento, o coordenador da FUP enalteceu a grande participação dos aposentados e pensionistas no ato e disse que a reivindicação pelo fim dos PEDs vai ser incluída na negociação do ACT deste ano. Também já convocando um novo ato, ainda maior, para pressionar a Petrobrás a quitar sua dívida com a Petros e aprovar o novo plano”, relatou Edison Ramos, aposentado da Repar.
A mensagem foi clara: só a mobilização coletiva será capaz de arrancar uma solução. “A diretoria da FUP nos deu um recado bem claro que a saída para o fim dos PEDs é a mobilização. Temos que ir pra cima do Judiciário, do Congresso e pegar no pé do Lula também, né? Eles trabalham sob pressão e só a nossa mobilização vai fazê-los entender nosso problema, que, a bem da verdade, é de toda comunidade petroleira que move esse país”, destacou Rui Dalcion Rocha Rossetim, petroleiro aposentado da SIX.
O sentimento de esperança também ficou registrado. “A viagem foi ótima e eu espero que esse ato no Rio de Janeiro surta efeito e nós consigamos o que queremos, que é o fim dos equacionamentos”, disse Atanalino Marques dos Santos, petroleiro aposentado da Repar.
Durante os discursos, dirigentes reforçaram que a Petrobrás, que distribui bilhões em dividendos, tem condições de honrar sua dívida com a Petros e fazer justiça com quem ajudou a construir a empresa. O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, lembrou que a presidenta da estatal, Magda Chambriard, conhece o problema e já recebeu as propostas de solução. “Se tem condições de pagar R$ 70 bilhões para acionistas, também tem condições de acabar com os PEDs”, afirmou.
A luta, no entanto, não termina com um único ato. Pelo contrário: as caravanas de Norte a Sul que desembarcaram no Rio mostram que a categoria está disposta a manter a pressão até a vitória final. Como resumiu um dos gritos mais fortes do dia: “Fim dos equacionamentos já!”
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