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Petros

Em visita ao Sindicato, presidente da Petros discute os desafios do fundo de pensão

O presidente da Fundação Petros, Henrique Jäger, juntamente com o diretor de Seguridade, Marco Aurélio Viana, e o gerente executivo atuarial, Fred Schulz, realizou uma visita à sede do Sindipetro PR e SC, em Curitiba, na última quinta-feira (07), para dialogar com a categoria acerca do fundo de pensão.

A mediação da mesa foi conduzida por Antônio Carlos da Silva, coordenador da Secretaria de Aposentados, Pensionistas e Previdência do Sindicato, e por Sandra Brea, diretora sindical representante dos pensionistas. Além da grande participação dos sindicalizados de Curitiba, estiveram presentes no encontro membros de várias cidades, incluindo Paranaguá, São Mateus do Sul e Joinville.

Evento Desafios da Petros

No início do evento, o presidente da Petros destacou as adversidades enfrentadas por muitos beneficiários que têm observado descontos consideráveis em seus contracheques, chegando, em alguns casos, a 2ª parcela do pagamento, no dia 25, vir zerada devido aos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) e empréstimos pessoais.

Para ponderar a situação, Jäger anunciou algumas medidas, como a redução, a partir de abril, da taxa de juros dos empréstimos, de 7,31%+IPCA para 5,57%+IPCA, incluindo os já contratados, e o aumento do prazo de pagamento de 120 para 180 meses. Além disso, destacou a iniciativa de retomar o atendimento presencial com a categoria, atualmente em vigor no Rio de Janeiro e em breve nos sindicatos, e a criação de comitês de assessoramento dos planos, com atendimento por videoconferência. “Queremos que as pessoas participem, que se aproximem, tomamos essa série de medidas para se aproximar mais dos assistidos”, afirmou.

Ao abrir para as perguntas dos participantes, Jäger foi questionado sobre as ações da direção da Petros para garantir a aposentadoria até o último participante. O presidente afirmou que a saúde financeira do fundo de pensão está robusta e discorreu sobre os fundos PPSP-R e NR, ressaltando que 80% dos investimentos desses fundos estão imunizados. Isso significa que este percentual atingiu a meta atuarial, estabelecida em 4,3% de juro real mais o IPCA, assegurando a inexistência de déficits nos próximos anos. Além disso, ele abordou a política de transparência implementada na Petros, que faz apresentações de balança anual e semestralmente sobre a evolução e retorno dos investimentos.

O presidente da Petros ressaltou ainda a importância da categoria pressionar as negociações que estão sendo realizadas na Comissão Tripartite, composta por representantes da FUP, FNP, Petrobrás e da Petros, que discutem uma solução definitiva para os PEDs. “A Petros não tem condições de resolver os PEDs, a única maneira é através da organização dos trabalhadores, para pressionar a companhia a resolver o problema. Essa é uma prioridade para vocês e que vai exigir uma participação ativa de todos”, enfatizou.

Presidente da Fundação Petros, Henrique Jäger

Os gestores da Fundação também alertaram sobre as mais de 27 mil ações individuais que podem provocar um déficit de R$ 20 bilhões ao longo dos próximos anos. Sobre os PEDs 2018 e 2021 dos PPSP-R e 2018 e 2022 dos NR, os prepostos afirmaram que a solução tem que vir de aporte de novos recursos pela patrocinadora, o equivalente a R$ 19 bilhões. “A petros tende a gerar superávit, mas de forma pequena. O plano está equilibrado, mas para acabar com o equacionamento precisa de dinheiro novo, que só o patrocinador tem e pode aportar”, afirmou Jäger.

Ao ser questionado sobre má administração e possível corrupção nas gestões anteriores, o presidente da Petros explicou que o resultado deficitário da Fundação reflete o acúmulo de regulamentos e uma série de problemas estruturais que não foram enfrentados no passado. “Ou a gente encarava eles ou o plano ia quebrar. E quando se decidiu encarar, tudo apareceu. São problemas estruturais que levaram o plano a chegar à situação atual. Agora, é muito mais cômodo alegar corrupção ou incompetência, mas não foi o caso. Essas narrativas servem inclusive para encurtar o tempo do governo, favorecendo a oposição. Mas quando se avalia que os investimentos ficaram acima do que era esperado e mesmo assim houve déficit, é necessário refletir sobre as causas. Houve déficit porque a Petrobrás não pagou quando deveria. Houve erros, mas também houve acertos, como evidenciado pelo rendimento dos investimentos”, destacou.

Categoria questiona pres. da Petros sobre o fundo de pensão

Sobre os investimentos, Jäger explicou que os planos maduros (PPSP-R e NR) não podem fazer aplicações de risco e que essa foi uma estratégia escolhida pela categoria. “Tentamos diversificar ao máximo para apresentar resultado, mas a estratégia foi a de não assumir riscos, e imunizar os investimentos, comprando títulos públicos. Colocar em renda variável pode render mais, mas pode perder tudo. Nós não podemos ter novos déficits porque a instituição não aguenta mais. Se avaliar a meta atuarial da Petros e o resultado dos investimentos dos últimos 20 anos, os investimentos bateram a meta. Então, o problema do plano não é o investimento. Houve perdas, mas tiveram muitos ganhos também”, finalizou.

Para o diretor Silva, o encontro dos gestores da Petros com a categoria foi uma oportunidade de esclarecer questões fundamentais e fortalecer o vínculo entre a entidade e seus membros. “Avaliamos que foi uma reunião muito proveitosa. Pois, muitas dúvidas dos participantes foram dirimidas”, afirmou.

Secretario dos Aposentados, Pensionistas e Previdência do Sindicato, Antônio Carlos da Silva.

 

 

O evento foi exclusivo para sindicalizados do Sindipetro PR e SC.

Confira a fala do presidente da Petros sobre os PEDs:

 

Por: Juce Lopes

Fotos: Davi Macedo